A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, disse nesta terça-feira (23) que o governo Lula vai seguir o parecer do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) que veta a exploração pela Petrobras em região do litoral do Amapá e do Pará para a extração de petróleo. A declaração foi feita em entrevista coletiva a jornalistas quando Marina saiu de reunião no Palácio do Planalto.
“O parecer do Ibama, considerando a posição unânime de 10 técnicos que fizeram a análise do pedido de licença para fazer a perfuração de um poço exploratório, foi um parecer contrário. E, a partir de agora, o que está estabelecido é o cumprimento da lei”, disse Marina. “É uma decisão técnica. E a decisão técnica, em um governo republicano, em um governo democrático, ela é cumprida e é respeitada”.
O assunto foi um cabo-de-guerra dentro do governo: de um lado, representantes do setor ambiental, como Marina e o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, defendiam a avaliação do instituto ambiental. Do outro, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, desejavam que a empresa tivesse a permissão para o projeto.
A tensão dentro do governo resultou na desfiliação do senador Randolfe Rodrigues, líder do governo no Congresso, da Rede, partido de Marina. Senador pelo estado do Amapá, Randolfe era defensor do projeto da Petrobras na região.
A reunião no Planalto nesta terça-feira juntava representantes dos dois lados: participaram do encontro Marina, Rodrigo Agostinho, Alexandre Silveira e Jean Paul Prates. A conversa foi mediada por Rui Costa, ministro da Casa Civil.
Como indica a declaração, a ministra vem vencendo o cabo-de-guerra e o parecer do Ibama vem prevalecendo. “Essa é a decisão que é a decisão correta, o que tem que ser feito. Exatamente como já vinha sendo dito inclusive no relatório do Ibama”, disse Marina Silva depois do encontro.
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