Cotado para o comando da CPI da Covid, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) considera indefensável o argumento de que a comissão só pode começar seus trabalhos quando o Senado retomar os trabalhos presenciais.
Para ele, é possível investigar as ações do governo na pandemia, bem como o uso de repasses federais por estados e municípios, por meio do regime semipresencial. Na avaliação do ex-presidente da Casa, o Planalto tenta postergar o início das apurações por não ter conseguido formar maioria na comissão.
“Não haverá problema algum em fazer semipresencial. A maioria das coisas em CPI podem ser feitas remotamente”. O parlamentar afirmou que o debate sobre qual será o regime de trabalho do colegiado está sendo apenas usado pelo governo para ganhar tempo. “Estão empurrando com a barriga. Já estamos na metade do mês de abril”, disse nesta quarta-feira (14) ao Congresso em Foco.
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“É uma comissão de investigação, não uma comissão de incriminação”, afirmou o emedebista, lembrado para presidir ou relatar a CPI.
Na mesma linha, o senador Omar Aziz (PSD-AM), também cotado para o comando da CPI, defende que a comissão se valha dos protocolos sanitários e da tecnologia para iniciar as atividades o mais rápido possível.
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Renan Calheiros nega que esteja negociando com os colegas para assumir um posto na comissão. “O meu nome mesmo é especulação, totalmente. Eu me sinto contemplado com o fato de integrar a comissão”, afirmou. “Como não há a publicação ainda [dos membros], tá todo mundo meio deslegitimado para fazer as conversas”, ressaltou.
O senador tem feito duras críticas ao governo Bolsonaro e se irritou, no início do ano, com o apoio dado pelo Planalto à candidatura vitoriosa de Rodrigo Pacheco (DEM-MG) à presidência do Senado.
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