O general Eduardo Pazuello deve sair do Ministério da Saúde nos próximos dias. O Congresso em Foco falou com um assessor palaciano, que admite que a saída dele do governo pode acontecer em prol de uma unidade com o Poder Legislativo.
O militar tem sido bastante criticado por conta da gestão da crise da covid-19, com a demora na liberação de vacinas e na falta de uma coordenação nacional de medidas de isolamento social. Há uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) pendente de instalação no Congresso que tem o objetivo de apurar a omissão do ministro no tratamento da pandemia.
Ainda não há consenso para o substituto do general, mas dois perfis ganham a preferência. São eles uma indicação política de algum deputado ligado à área da saúde ou a escolha de um médico prestigiado.
Um integrante do PP ouvido pelo Congresso em Foco avalia que Pazuello se esforçou, mas o resultado é que deixou o país em um caos. Parte do PP quer que o próximo ministro da Saúde seja um médico de renome nacional. Ganhou força neste domingo (14) o nome de Ludhmila Hajjar, cardiologista que atua em São Paulo (SP) e era do Hospital Sírio Libanês. Ela viajou para Brasília e se reuniu com o presidente Jair Bolsonaro nesta tarde.
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Ela perdeu força, no entanto, em meio a uma campanha feita por bolsonaristas nas redes sociais contra sua indicação. A médica condena o uso da cloroquina e outros medicamentos do chamado tratamento precoce. Um vídeo da médica em que participa de uma live com a ex-presidente Dilma Rousseff (PT), no qual ela chama a petista de “presidenta” foi usado por apoiadores do governo para tentar descredenciar o nome dela.
Ela foi médica de diversos políticos, como o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli e o ex-presidente do Tribunal de Contas da União (TCU) José Múcio Monteiro.
O nome da médica também já apareceu em bolsas de apostas no ano passado, quando Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich saíram do Ministério da Saúde. Ludhmila é de Goiás e também já foi cotada para ser secretária de Saúde do governador Ronaldo Caiado (DEM-GO), que é próximo de Bolsonaro.
No sábado (13), o Congresso em Foco mostrou que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e o presidente do PP, senador Ciro Nogueira, desejam que o substituto seja o deputado Luiz Antonio Teixeira Júnior (PP-RJ), conhecido como Doutor Luizinho.Porém, o nome do deputado não tem unanimidade nem no PP e sua indicação pelo governo é considerada difícil.
Alguns deputados do partido querem a saída de Pazuello, mas veem como negativa a pressão para que Luizinho seja escolhido.
O deputado do Rio de Janeiro foi escolhido na semana passada para presidir a Comissão de Seguridade Social da Câmara. No ano passado, ele era o relator da comissão de acompanhamento da covid-19.
Luizinho foi secretário de Saúde do Rio de Janeiro de 2016 a 2018, durante a gestão do governador Luiz Fernando Pezão (MDB). O então secretário foi denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF), no âmbito da Lava Jato, por constrangimento ilegal. A denúncia não foi recebida e acabou sendo extinta,
Em entrevista ao jornal O Globo em 2018, pouco após a denúncia, o ex-secretário disse:
“Eu, ainda como secretário, recebi o Odir e disse firmemente que não tinha como pagar. Eu tinha conhecimento da dívida da OS [Organização Social] com a empresa dele, sabia da pressão que estava sendo feita à Pró-Saúde, mas eu não participei de nada disso. Eu não marquei reunião para falar disso. Eu encontrei o atual secretário e, por acaso, ele estava com eles. A gente vai provar que isso não é verdade.”
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