O fundador da rede de lojas de varejo Mário Gazin, apareceu neste final de semana oferecendo custear a viagem de quem aceitar protestar em favor do presidente Jair Bolsonaro, no dia sete de setembro. A manifestação, que ocorrerá na capital federal, possui uma pauta de discussões claramente antidemocrática ao pedir a destituição de membros dos poderes Judiciário e Legislativo, assim como busca atender o desejo do presidente por abalos na ordem constitucional.
Em um vídeo que circula em grupos de apoio bolsonaristas à manifestação, Mário Gazin indica que pagará o ônibus de quem se dispor a fazer a viagem. A frota, que seria de três ônibus, sairia em frente à sede da empresa, em uma cidade no interior do Paraná, segundo o empresário. Na cidade de 8.900 habitantes que é sede da empresa, Bolsonaro levou a eleição em primeiro turno com 55% dos votos (ou 2.861 eleitores), e o segundo com 64,4% (ou 3.394 votos).
Em outro vídeo, Mário Gazin aparece ao lado de Valdemir Zago, da Zaeli alimentos, e de outros empresários da região, para convocar manifestates a irem para os atos antidemocráticos. “Todos precisam se empenhar, porque se não fizermos agora…”, diz Zago, “…vai sofrer depois”, complementa Gazin.
Dono de uma rede de lojas de varejo cujo faturamento já superou os R$ 4 bilhões no último ano, Gazin é um defensor ferrenho de Jair Bolsonaro – o empresário já apareceu junto de outros defensores do círculo de amizades do presidente, como o empresário catarinense Luciano Hang.
Em um vídeo de 2018, ainda durante a campanha à presidente, ambos aparecem juntos e abraçados – Hang o chama de “lenda” – e Mário Gazin indica em quem votar no primeiro turno: “Primeiro turno: Bolsonaro”, diz. A justificativa para o voto, emenda, parece cabível para sua convocação mais recente: “Para não ter escolha, para não termos de gastar mais dinheiro, para todo mundo não ficar gastando no segundo turno”.
Luciano Hang é um dos investigados pelo Supremo Tribunal Federal (STF), por supostamente patrocinar atos antidemocráticos, organizados da mesma maneira que este onde Mário Gazin pretende enviar interessados.
PublicidadeA mobilização entre bolsonaristas cresceu nestes últimos dias, com o apelo de policiais militares e de outros empresários contra órgãos federais de cúpula dos poderes Legislativo e Judiciário. Na pauta, estaria a destituição de ministros da Suprema Corte e a invasão do Congresso Nacional. Neste final de semana, o coronel Aleksander Lacerda, que comandava a PM no interior – convocou para o ato de caráter golpista – e foi afastado pelo governador João Doria (PSDB) do cargo.
O Congresso em Foco buscou a assessoria de Mário Gazin e de sua empresa para saber se ambos comungam do mesmo desejo de financiar manifestações políticas contra a democracia brasileira. Ainda não obtivemos resposta, e o espaço segue aberto para manifestações.
> Coronel da PM que convocou “amigos” para ato bolsonarista é afastado
> ”Ventos de confrontação”, avalia general sobre atos para o 7 de setembro
Deixe um comentário