Dados fornecidos pelo Portal da Transparência indicam uma queda brusca nos gastos com cartão corporativo por parte do governo federal ao longo de 2023 na comparação com o ano anterior. Em 2022, ainda sob a liderança de Jair Bolsonaro, o Executivo gastou R$ 422,9 milhões. A menos de uma semana do fim de 2023, as despesas com o cartão estão em R$ 273,9 milhões, uma economia de R$ 149 milhões em relação aos 12 meses do ano passado.
O cartão corporativo foi criado na gestão de Fernando Henrique Cardoso e serve para que o presidente da República, assim como ocupantes de outros cargos do alto escalão do governo, possa custear a compra de materiais funcionais, como itens de escritório, computadores e impressoras, bem como serviços relacionados à atividade, incluindo reparos em imóveis públicos e contratação de transporte. Também são custeados alguns produtos de uso pessoal, como remédios e alimentos.
Essas compras incluem ainda os gastos com o Cartão de Pagamento de Defesa Civil, voltado para o custeio de ações emergenciais para os estados e municípios, antecipando compras de urgência em situações de calamidade.
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Apesar de o governo Bolsonaro ter pisado no freio com os gastos do cartão, entre 2019 e 2021, o ano de 2022 foi marcado pela segunda maior despesa na década, ficando atrás apenas de 2017, período da gestão de Michel Temer, quando a cifra chegou a R$ 453 milhões. Entre 2013 e 2023, a média anual de recursos gastos com o cartão corporativo foi de R$ 326 milhões.
Ao considerar apenas o cartão de pagamento do governo federal, porém, os gastos da gestão Lula permanecem acima da média. Entre 2013 e 2023, a média anual foi de R$ 61,4 milhões. O maior gasto foi registrado em 2022, ultrapassando os R$ 90 milhões. Em 2023, até o momento, o montante registrado foi de R$ 79,6 milhões. Atualmente, pouco mais de R$ 5,9 mil pessoas possuem acesso ao cartão.
Ao longo de 2023, o órgão que mais utilizou recursos do cartão corporativo, descontando-se os gastos com defesa civil, foi a Presidência da República, gastando cerca de R$ 22 milhões milhões, equivalente a 28,42% da despesa. O Ministério da Justiça entra em seguida, com a parcela de 26,33%, pouco mais de R$ 20 milhões. Os ministérios do Planejamento, Educação e Defesa ocupam as posições seguintes, com 10,28%, 9,09% e 7,82% dos gastos.
Confira a evolução:
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