O ministro da Justiça, Flávio Dino, confirmou, nesta terça-feira (17), a suspeita de que houve participação do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República nos atos golpistas realizados no domingo de 8 de janeiro. Na ocasião, bolsonaristas invadiram, depredaram e roubaram o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e a sede do Supremo Tribunal Federal (STF).
“O presidente Lula tem dito com muita ênfase, ele que está providenciando revisões nesses aparatos, que sim, inclusive institucionalmente, antes do dia 1º de janeiro, estavam envolvidos em tentativas de destruição da democracia. Agentes públicos participaram dos acampamentos golpistas. Participaram ativamente e por omissão”, disse o ministro em entrevista à revista Fórum.
“O fato é que os terroristas que atacaram os três poderes no dia 8 de janeiro tiveram combate pela polícia do Senado no primeiro momento. Eles não tiveram combate dentro do Palácio do Planalto. Nada é mais contrastante e eloquente do que isso. Esta é uma linha de investigação”, completou Dino.
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Tentação golpista
O ministro também declarou que, no final do governo Bolsonaro, as Forças Armadas foram “tentadas” a embarcar no golpismo. Flávio Dino citou a minuta que pretendia anular o resultado das eleições presidenciais que foi encontrada na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres.
“Se as Forças Armadas tivessem embarcado no golpismo, nós não estaríamos aqui. […] Nós temos um fato. Houve uma tentação satânica para que as Forças Armadas rompessem a legalidade democrática. E elas não romperam”, avaliou Dino.
“Esses demônios continuam por aí. Porém, absolutamente todos que participaram daquele documento serão investigados. Quem são essas pessoas? Não sei. É claro que eu tenho minha opinião, mas eu não posso manifestar. Agora, o que posso afirmar é que a investigação é vital”, destacou.
PublicidadeO ministro também afirmou que, ao que tudo indica, a minuta golpista teria sido escrita por aliados do ex-presidente Bolsonaro (PL). Ele cita que provavelmente foi escrita no dia 12 de dezembro.
“Certamente aquele documento foi escrito em dezembro. Faço questão de frisar: um documento juridicamente bem escrito, o que aumenta sua gravidade, porque mostra que havia ali uma junta de desvairados e de criminosos”, completou.
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