Na manhã desta sexta-feira (18), o presidente Jair Bolsonaro recebeu em cerimônia a Medalha do Mérito Indigenista, por indicação de seu ministro da justiça, Anderson Torres. Alvo de polêmica por conta da própria indicação de seu nome para a medalha, Bolsonaro afirmou desejar que os povos indígenas “façam em suas terras o que nós fazemos na nossa”.
No discurso, Bolsonaro ainda afirmou considerar que a integração dos povos indígenas se deu com mais força em seu governo do que em governos anteriores. “Somos amigos, não somos diferentes. Este evento bem demonstra para o mundo todo o carinho e respeito que nós temos por cada um de vocês”, declarou enquanto vestia um cocar.
A declaração sobre como os indígenas devem tratar suas terras se deu justamente em meio aos debates na Câmara dos Deputados do Projeto de Lei 191/2020, de sua autoria, que prevê a legalização da mineração e garimpo em terras indígenas na Amazônia, prática combatida pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib). Esta também ocorre logo após a criação do Pró-Mape, programa interministerial que busca legalizar o garimpo na Amazônia Legal.
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A indicação de Jair Bolsonaro para o recebimento da Medalha do Mérito Indigenista gerou revolta na oposição dentro da Câmara dos Deputados. O líder da Frente Parlamentar Ambientalista, Alessandro Molon (PSB-RJ), chegou a se referir à decisão de Anderson Torres como um “escárnio contra os povos indígenas”, e protocolou um projeto de decreto legislativo para sustar a indicação.
A forma com que Bolsonaro lida com povos indígenas foi inclusive tema do relatório da CPI da Covid-19 no Senado, onde o desmantelamento dos programas de proteção aos indígenas, bem como a falta de políticas de amparo a essa população durante a pandemia, foram parte dos fatores que levaram ao seu pedido de indiciamento por crime contra a humanidade.
Confira o vídeo com a fala completa de Bolsonaro:
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Esse genocida assassino agora quere posar de bonzinho por que tá chegando às eleições, mais com fé em Deus os dias dele tá contando.