Os problemas da Receita Federal vão muito além das questões salariais. Estudo recente feito pela autarquia, que revelamos aqui com exclusividade, mostra que o principal órgão de administração tributária do país está sofrendo um processo de esvaziamento de proporções cavalares.
Desde janeiro de 2012 o número de auditores fiscais da Receita teve uma queda de 36%. Nas regiões fiscais de Minas Gerais, Rio de Janeiro/Espírito Santo e São Paulo (6ª, 7ª e 8ª RFs), o quadro caiu pela metade. Isso aconteceu porque não têm sido realizados concursos públicos na quantidade necessária para ocupar as vagas deixadas em aberto por funcionários que se aposentaram.
A situação vai piorar em breve. Dos 7.733 atuais auditores, 220 estão prestes a se aposentar e 1.503 recebem o abono-permanência. Também conhecido entre os servidores como “auxílio pé na cova”, o abono é pago a quem já preencheu todos os requisitos para aposentadoria e permanece na ativa.
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Repor os cargos perdidos também ajudará a rejuvenescer o perfil etário da Receita. Mais de 64% dos auditores e 56% dos analistas tributários têm 50 anos ou mais.
Para quem vê corporativismo em toda demanda vinda de trabalhadores, é bom informar que a Receita brasileira tem bem menos pessoal que instituições congêneres de outros países. No Brasil, cada servidor de administração tributária tem que cobrir uma área de 476 m2. Isso é quatro vezes mais que o valor correspondente para os Estados Unidos e 20 vezes mais que a área a cargo de cada funcionário do Fisco chinês.
Veja a íntegra do estudo da Receita
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