O presidente Lula disse nesta terça-feira (21) que para negociar com outros países não é preciso ser amigo deles. O discurso do líder do Executivo foi na cerimônia de formatura de diplomatas do Instituto Rio Branco em Brasília. Na fala, Lula ainda destacou o esforço diplomático do Brasil por meio de suas experiências nos dois primeiros mandatos. Em relação aos desafios atuais, Lula disse que “a gente vai voltar a ter orgulho de ser um país respeitado”.
“Nós estamos vivendo algumas confusões na América do Sul, não é a mesma de 2002, 2004 e 2006. Nós vamos ter problemas políticos e ao invés de reclamar dos problemas políticos, nós temos que ser inteligentes e tentar resolvê-los”, disse Lula em referência à conjuntura atual da política sul americana. No último domingo (19), com a eleição do ultradireitista Javier Milei na Argentina, quatro países da América do Sul serão governados pela direita.
“Eu não tenho que gostar do presidente do Chile, da Argentina, da Venezuela. Ele não tem que ser amigo, ele tem que ser presidente do país dele, eu tenho que ser do meu país. Nós temos que sentar na mesa cada um defendendo seus interesses, como não pode ter supremacia de um sobre o outro, a gente tem que chegar a um acordo”.
O presidente também relembrou de experiências diplomáticas durante o primeiro mandato, uma delas foi a reunião do G7, em Évian, na França. “Eu fiquei pensando: desses presidentes que estão aí, alguém já viveu desempregado? E eu me enchi de orgulho para falar o que eu sei falar e eles vão me entender porque o Sérgio [intérprete] ia interpretar cada palavra que eu falasse. Nunca me senti tão à vontade na vida porque eu tinha definido, antes de qualquer coisa, que eu não era inferior a eles [aos outros líderes]”.
Em relação aos desafios atuais da retomada da imagem da diplomacia brasileira, Lula assegurou aos diplomatas formandos e, por extensão, para o povo brasileiro, que o país vai tentar construir uma política externa mais ativa, apesar das debilidades financeiras. “A gente vai voltar a ter orgulho de ser respeitado. A gente vai voltar a ser um país que não se sente menor do que ninguém e nem queremos maior. Queremos apenas compartilhar com nosso irmãos aquilo que a gente pode fazer em conjunto”.
Assista à cerimônia na íntegra:
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