O presidente Jair Bolsonaro evitou participar do ato deste domingo (21) na Esplanada dos Ministérios em defesa de seu governo. Ele saiu do Palácio da Alvorada no início da manhã e foi para o Rio de Janeiro, onde esteve no funeral do soldado Pedro Lucas Ferreira Chaves, de 19 anos, e já retornou a Brasília.
A viagem não estava prevista e, segundo a assessoria de imprensa da Presidência, era agenda pessoal do presidente. Em sua carreira no Exército, Bolsonaro integrou a Brigada de Infantaria Paraquedista.
Segundo o Comando Militar do Leste do Exército, o soldado morreu na manhã de ontem (20), após acidente durante o lançamento de paraquedistas na Base Aérea dos Afonsos, no Rio de Janeiro. Durante o salto, o soldado ficou preso à aeronave e, após os procedimentos de emergência, a abertura do paraquedas do militar não ocorreu adequadamente.
> Atos antidemocráticos defendem intervenção militar e nova Constituição
Nos atos de hoje, apoiadores do presidente exibiram faixas com mensagens de teor antidemocrático, pedindo intervenção militar e elaboração de uma nova Constituição. Eles também defenderam a criminalização do comunismo e voltaram a atacar o Supremo Tribunal Federal (STF).
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Além desse grupo, torcidas de futebol e opositores ao governo convocaram outro ato contrário ao presidente. O ato também pediu o fim do racismo e exibiu faixas em defesa da democracia. Os dois grupos foram separados por um cordão de isolamento pela Polícia Militar para evitar confronto.
Horas antes do ato, a Polícia Civil do DF cumpriu mandados de busca e apreensão em uma chácara utilizada pelo grupo bolsonarista 300 do Brasil, que estava acampado na Esplanda até o último fim de semana. Foram apreendidos fogos de artifício, vários manuscritos com planejamento de ações e discursos, cartazes, aparelhos de telefone celular, um facão, um cofre (que ainda será aberto), e outros materiais destinados a manifestações. Os integrantes do grupo são investigados pelos crimes de milícia privada, ameaças e porte de armas.
De volta a Brasília, Bolsonaro retornou direto para a residência oficial. Além da separação dos grupos pró e contra o governo e do fechamento das vias da Esplanada para veículos, a estrutura montada hoje impediu acesso à Praça dos Três Poderes, onde os manifestantes pró-governo costumam se reunir para encontrar o presidente.
Depois de semanas endossando os atos, e após a prisão do ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro, o presidente tem evitado falar até mesmo com apoiadores. É a terceira semana em que ele deixa de participar dos atos. Na quinta, Bolsonaro classificou a prisão de “espetaculosa” e tentou se desvincular de Fabrício Queiroz.
O presidente também não fez alusão aos atos nas redes sociais, mas um de seus filhos, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), afirmou no Twitter que o ato em defesa do presidente transcorreu sem incidentes. “Não é possível que isto seja visto como antidemocrático”, escreveu.
Mais uma manifestação sem incidentes com a PM, com muitas senhoras e família, todos vestindo as cores da bandeira do Brasil. Não é possível que isto seja visto como antidemocrático.
— Eduardo Bolsonaro🇧🇷 (@BolsonaroSP) June 21, 2020
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