O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, explicou ao Senado nesta quinta-feira (14) a crise diplomática entre Brasil e Israel. Em fevereiro, o presidente Lula (PT) associou, em entrevista coletiva, os ataques de Israel à Faixa de Gaza ao Holocausto contra os judeus, comandado por Adolf Hitler. O governo de Israel reagiu e declarou o presidente persona non grata no país.
Segundo Vieira, a fala do presidente brasileiro foi uma reação aos milhares de mortos registrados no conflito entre Israel e Hamas.
“A questão que se impõe é quantas vidas mais serão perdidas”, disse Vieira aos senadores. “É nesse contexto de profunda indignação que se inserem declarações do presidente Lula. São palavras que impeçam a sinceridade de quem busca preservar e valorizar o valor supremo, que é a vida humana”.
Desde que o Hamas atacou Israel, deixando mais de 1.400 pessoas mortas e sequestrando outras 240, mais de 30 mil pessoas foram mortas e cerca de 72 mil ficaram feridas na Faixa de Gaza, de acordo com o Ministério da Saúde da Palestina.
Vieira compareceu ao Senado à convite do presidente da Comissão de Relações Exteriores, senador Renan Calheiros (MDB-AL). Assista:
Segundo Vieira, foi por causa do número de mortos que o Brasil apoiou o processo da África do Sul contra Israel na Corte Internacional sobre a possível violação da Convenção para prevenção e repressão a genocídios. “Os juízes acolheram a demanda e acolheram a plausibilidade de que um genocídio estaria em curso”, disse o ministro das Relações Exteriores.
Nos últimos meses, o governo de Benjamin Netanyahu tem ficado mais isolado internacionalmente. As críticas se intensificaram na semana passada, vindo inclusive de aliados, como os Estados Unidos, após o chamado “massacre da farinha”. No episódio, cerca de 120 pessoas morreram e outras 750 ficaram feridas em meio a um bombardeio sobre população civil de palestinos que faziam fila para receber ajuda humanitária.
De acordo com Vieira, a posição histórica do Brasil sobre a questão Israel-Palestina não mudou. O governo brasileiro defende a solução de dois Estados, com Israel e Palestina convivendo em paz na mesma região.
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