Em coletiva de imprensa realizada nesta quinta-feira (27), a ministra do Planejamento, Simone Tebet, afirmou que não enxerga problemas na indicação de Lula para que o economista e professor universitário Marcio Pochmann assuma a presidência do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com ela, a troca na chefia do instituto já era prevista e estava combinada junto ao secretário de Relações Institucionais, Alexandre Padilha.
A indicação de Pochmann foi criticada por quadros da oposição principalmente por conta da sua carreira política, atuando desde 2011 como militante do PT, levantando dúvidas sobre suas intenções na função. Simone Tebet considera que o histórico como político não deve ser utilizado como critério para sua avaliação ao cargo. “Eu já fui muito prejulgada na minha vida, muito na minha vida política, para prejulgar alguém, especialmente um professor universitário como eu. (…) Ele vai ser bem recebido, bem como qualquer membro da minha equipe”, garantiu.
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Ela acrescenta que já havia acordo com a cúpula do governo para que Lula fizesse uma indicação pessoal ao IBGE, e que isso não atenta contra sua autoridade dentro do ministério. “Já tem uns 15 dias que estamos conversando no Planalto junto à Junta de Execução Orçamentária de que estava chegando o momento de trocarmos o presidente do IBGE. (…) Já havia um consenso dentro do meu ministério e dentro do Palácio de que nós faríamos a troca em um momento oportuno”, relatou.
Simone relembra que a escolha da presidência do IBGE foi o único pedido de Lula dentro do Ministério do Planejamento, e que ela havia recebido carta branca em todos os demais aspectos de sua gestão. “Diante disso, nada mais justo, óbvio, do que atender o presidente Lula independente do nome que ele apresentaria”, declarou.
A ministra não foi a única autoridade fora do PT a apoiar a indicação de Pochmann à presidência do IBGE. Na última terça-feira (25), a Associação Brasileira de Estudos do Trabalho publicou uma nota em sua defesa. “Márcio Pochmann é professor e pesquisador da Unicamp, instituição internacionalmente renomada pela produção acadêmica de excelência, na qual atua promovendo a formação de gerações de profissionais do Brasil e de outros países. Trata-se de uma trajetória eticamente comprometida com a universidade pública e de uma atuação tecnicamente qualificada, dirigida à defesa de um projeto de país voltado ao desenvolvimento socioeconômico e ao combate às desigualdades”, avaliam.
No meio acadêmico, a Direção da Faculdade de Ciências Econômicas (FCE) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), sua alma mater, também se pronunciou em apoio à indicação. “Reconhecemos nele um profissional competente, cujos serviços prestados à academia e à gestão pública merecem o nosso mais elevado respeito. Desejamos a ele sorte e sucesso em todas as suas atividades profissionais”.
PublicidadeComo economista, Marcio Pochmann é conhecido por defender teses heterodoxas no debate acadêmico. “Se, para algumas pessoas, esta característica é um problema, para a FCE ela é uma virtude. Nossa Faculdade entende que a pluralidade e a liberdade acadêmica são essenciais para garantir a boa formação dos futuros profissionais que atuam em nossas áreas de competência”, defendeu a direção acadêmica.
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