O deputado do Distrito Federal Leandro Grass (Rede) engrossou o coro contra as declarações do presidente Jair Bolsonaro sobre nordestinos. Nessa sexta-feira (26), ele ingressou com representação na Procuradoria Gera da República (PGR) contra o presidente por crimes de injúria, racismo e responsabilidade. Em reunião com o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, na semana passada (19), Bolsonaro chamou o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), de o “pior dos paraíbas”, causando reação imediata de políticos da região.
Na opinião do distrital, a declaração legítima a discriminação e o preconceito ao povo nordestino. Assim, Grass pede providências ao Ministério Público no sentido de investigar a conduta do chefe do Executivo e, se assim entender, apresente denúncia contra o presidente no Supremo Tribunal Federal (STF).
De acordo com a representação, a ofensa aos governadores revela a intenção de discriminar, humilhar e desprezar os nordestinos, afetando a dignidade daquela parcela da população. “E isso se reforça pela ausência de retratação por parte do presidente, ainda que requerida pelos governadores”, diz o texto.
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“O presidente incorreu em crimes de injúria, racismo e de responsabilidade. Injúria porque ofende um governador, racismo por ofender com termo inapropriado todo o povo nordestino e de responsabilidade por não assumir o seu compromisso de governar para todos e de excluir uma parte da população de seus objetivos”, afirmou Grass.
Na última quinta-feira (25), a Frente Parlamentar em Defesa do Nordeste já tinha entrado com representação na Procuradoria Geral da República (PGR) acusando Bolsonaro de racismo. Os parlamentares pedem a abertura de um processo para investigá-lo.
Neste sábado (27), conforme revelou o Congresso em Foco, Flávio Dino disse que o chefe do Executivo tem dado declarações polêmicas apenas para ocupar a agenda pública com conflitos e, assim, esconder a falta de resultados do governo federal. Mesmo assim, disse estar pronto para o diálogo e para receber Bolsonaro no Maranhão.
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