A defesa do presidente Jair Bolsonaro descobriu um terceiro exame para detectar covid-19, além dos dois inicialmente informados pelo presidente. Os três resultados foram enviados ao Supremo Tribunal Federal (STF), mas ainda não foram tornados públicos.
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Para se antecipar a uma decisão do STF, a Advocacia-Geral da União (AGU) entregou ao ministro Ricardo Lewandowski,na noite da terça-feira (12), os dois exames realizados pelo presidente para testar o contágio por covid-19. Na manhã desta quarta-feira (13), menos de 24 horas depois da primeira entrega, a defesa encaminhou ao ministro um terceiro exame. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo, autor do pedido judicial de entrega dos exames.
Segundo nota da AGU divulgada na noite de terça, os dois laudos confirmam que o presidente testou negativo para a doença. No entanto, o órgão ainda não se manifestou sobre o terceiro exame. O ministro Lewandowski deve decidir ainda hoje se os resultados serão divulgados.
Bolsonaro realizou exames nos dias 12 e 18 de março, após retornar de viagem aos Estados Unidos, mas não divulgou os resultados. Ao menos 23 pessoas que o acompanharam foram diagnosticados com a covid-19, incluindo auxiliares próximos, como o secretário de Comunicação Social, Fabio Wajngarten e o ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno.
Ao se recusar a divulgar os resultados, a exemplo do que fizeram outros líderes do mundo, Bolsonaro levantou dúvidas. O interesse em torno do resultado dos exames aumentou ainda mais depois que o presidente começou a participar de aglomerações. Em entrevista à Rádio Guaíba em 30 de abril, ele disse que “talvez” tenha contraído o coronavírus.
Inicialmente, a requisição do Estadão foi feita à Justiça de São Paulo, que deferiu o pedido. Posteriormente, o Tribunal Regional Federal da 3ª Região confirmou a decisão da primeira instância. Bolsonaro então recorreu ao Supremo Tribunal de Justiça (STJ) e o presidente da Corte, João Otávio de Noronha, deu decisão contrária e desobrigou o presidente da entrega dos exames. O jornal decidiu, então, acionar a mais alta Corte do país em busca de um desfecho definitivo para o imbróglio judicial.
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