O secretário de Cultura do governo de Jair Bolsonaro, Roberto Alvim, deve ser convocado pelo Congresso Nacional para prestar esclarecimentos sobre o vídeo em que faz um pronunciamento similar aos discursos do ministro da propaganda nazista, Joseph Goebbels. O pedido de convocação será apresentado pela oposição na Câmara e também no Senado e deve contar com o apoio dos demais congressistas, pois políticos de todas as correntes ideológicas estão criticando a declaração de Alvim.
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“Caso o ministro não seja demitido de imediato usaremos nossas prerrogativas no Senado para convocar o ministro para que ele explique e seja responsabilizado por ação tão indecente. Se isso passar como normal e aceitável o precedente aberto por ele terá efeitos nefastos a todos”, anunciou a líder do Cidadania no Senado, Eliziane Gama (MA), para quem “é inconcebível que esse discurso abjeto seja visto como normal”.
“Um acinte que não pode passar impunemente. Silenciar diante da monstruosidade desse secretário é ser cúmplice dele. Vamos convocá-lo para prestar esclarecimentos tão logo retomemos os trabalhos. Deve explicações ao Brasil”, acrescentou o vice-líder do PCdoB, deputado Márcio Jerry (MA), que é membro da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara e autor de um projeto de lei que criminaliza a apologia à ditadura militar.
Líder da Oposição na Câmara, o deputado Alessandro Molon (PSB-RJ) também prometeu apresentar um pedido de convocação de Alvim, além do ministro da Cidadania, Osmar Terra.
Apesar da proposta partir de deputados de oposição, o sentimento é de que a convocação de Alvim deve contar com amplo apoio no Congresso. Afinal, deputados mais alinhados à direita e ao centrão também criticaram as últimas declarações de Alvim. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), chegou até a pedir a demissão de Alvim, afirmando que o secretário de Cultura de Bolsonaro passou dos limites.
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“Ou Jair Bolsonaro demite Roberto Alvim ou assume também escancaradamente sua face nazista. Em seu discurso, o secretário escancarou a propaganda nazista, citando e imitando Goebbels, o auxiliar de Hitler, o que é uma afronta a judeus e a todos os democratas”, reforçou o deputado Márcio Jerry. “Não é possível que se tolere que o secretário da Cultura do governo, Roberto Alvim, faça plágio de trechos de um discurso de Joseph Goebbels, ministro da Propaganda de Hitler, com trilha sonora e tudo, e permaneça no cargo”, endossou Eliziane Gama.
O Palácio do Planalto, por sua vez, disse em nota que não vai comentar o assunto. O presidente Bolsonaro também não se manifestou até agora sobre o vídeo que a Secretaria de Cultura publicou nas redes sociais na noite dessa quinta-feira (16), em que o secretário Roberto Alvim faz um discurso semelhante ao do ministro da propaganda de Adolf Hitler, Joseph Goebbels.
Alvo de uma enxurrada de críticas nas redes sociais, Alvim, contudo, negou a associação com o nazismo. Ele disse que sua fala foi apenas uma coincidência retórica e sugeriu que essa repercussão negativa é fruto de uma falácia da esquerda.
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