Neste domingo (24), o presidente Jair Bolsonaro tensionou ainda mais a relação entre o governo e o Supremo Tribunal Federal. Durante a manhã, participou de um ato de apoiadores do governo em que as críticas ao Supremo Tribunal Federal eram uma das principais bandeiras.
Manifestação em Brasília #BolsonaroTrabalhaPeloPovo #FechadoComBolsonaro pic.twitter.com/394lUrZ5ri
— Júlianobremepaschoal (@Jlianobremepas1) May 24, 2020
À tarde, postou em suas redes sociais uma insinuação de que Celso de Mello teria violado a Lei de Abuso de Autoridade ao levantar o sigilo de praticamente todo o vídeo da reunião ministerial de 22 de abril, apontada por Sergio Moro como prova da interferência da presidência na Polícia Federal.
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Nos últimos dias, diante da iminência de divulgação do vídeo, a militância bolsonarista elegeu o STF como alvo principal. A decisão de Celso de Mello de solicitar um parecer da procuradoria-geral da República acerca de um pedido formulado por partidos políticos para obtenção do celular do presidente aprofundou ainda mais a crise.
O despacho gerou forte reação por parte dos apoiadores de Bolsonaro e até uma nota, em tom de ameaça, escrita por general Heleno, ministro do Gabinete de Segurança Institucional.
Neste domingo, o ministro Gilmar Mendes comentou o assunto em seu Twitter, buscando esclarecer a ação de Celso, que foi compreendida por muita gente como um pedido à PGR para a apreensão do celular, era um despacho de pedido de terceiros, solicitando um parecer da procuradoria.
O envio de notícia-crime por Ministro do STF à PGR é ato meramente formal, que não contém nenhuma antecipação do Tribunal sobre os fatos. É despacho de rotina que segue o rito do art. 230-B do RISTF. Não podemos distorcer o significado de um ato jurídico meramente ordinatorio.
— Gilmar Mendes (@gilmarmendes) May 24, 2020