A servidora Carla Fonseca de Aquino Costa foi exonerada da Casa Civil. Carla foi exonerada com apenas um dia no cargo, após denúncias de que teria protagonizado conflitos com indígenas na região Norte durante o mandato do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Nomeada na quarta-feira (25) para a função de diretora de programa da Assessoria Especial da Secretaria Especial do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), órgão da Casa Civil responsável por intermediar a relação entre governo e iniciativa privada, a exoneração da servidora foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) dessa quinta-feira (26).
Carla foi transferida para a Fundação Nacional do Índio (Funai) durante o governo de Bolsonaro. Ela exerceu o cargo de coordenadora especial de licenciamento ambiental, trabalhando diretamente com o ex-presidente da Fundação, Marcelo Augusto Xavier.
Segundo um relatório do Ministério Público Federal (MPF), Carla e demais representantes do governo teriam feito o uso de chantagem para conseguir a autorização das aldeias indígenas para construir uma rede de transportes conectando o interior do Mato Grosso ao litoral do Pará para escoamento da produção de soja. Os servidores teriam ameaçado bloquear projetos ambientais propostos pelos indígenas e até mesmo deixar comunidades de fora das compensações financeiras da obra.
Em agosto de 2020, líderes indígenas bloquearam a estrada paraense BR-163 e enviaram a Marcelo Xavier uma carta demandando a renovação dos programas ambientais prometidos aos indígenas por Carla e a demissão da coordenadora. Ela continuou na fundação.
Questionado sobre a nomeação da servidora, a Casa Civil afirmou nessa quinta-feira (26) que o caso de Carla estava “em análise”. “O governo está na fase de transição para a nova estrutura e, neste momento, muitos servidores que já atuavam nas diversas instâncias do Governo Federal foram nomeados em funções na nova gestão”, destacou em nota.
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