O ministro da Defesa, general Braga Netto, voltou a polemizar sobre o período da ditadura civil-militar, de 1964 a 1985. Em resposta a um questionamento do deputado Ivan Valente (Psol-SP), o ministro negou que tenha havido uma ditadura no país naquele período.
“Não. Eu não considero que tenha ocorrido. Houve sim um regime forte, com exceções dos dois lados, mas isso tem que ser analisado na época da história, de Guerra Fria etc. e não nos dias de hoje”, afirmou nessa terça-feira (17) o general durante audiência conjunta de três comissões da Câmara — a de Fiscalização Financeira e Controle; a de Relações Exteriores e Defesa Nacional e a de Trabalho, Administração e Serviço Público. Veja o vídeo:
Braga Netto, que entrou na função em março de 2021, iniciou sua gestão com outra polêmica sobre o regime de exceção, divulgando uma carta que pedia celebração da data inicial da ditadura. O ministro também já foi convidado para se explicar sobre outras ameaças ao Estado democrático de direito.
“Se houvesse ditadura, muitas pessoas não estariam aqui”, declarou o general nos momentos finais da reunião, citando a ocorrência de execuções. Ele, porém, não explicitou quem seriam as pessoas a executadas. “Ditadura acontecem em outros países”, concluiu, referindo-se a países como Cuba e Venezuela.
Alguns parlamentares reagiram. “O senhor tem de ficar no seu quadradinho”, disse o petista Paulo Teixeira (SP). Segundo a Human Rights Watch (HRW), 20 mil pessoas foram torturadas e 434 foram mortas ou desaparecidas entre 1964 e 1985, durante o período da ditadura. Vários integrantes do governo, inclusive o presidente Jair Bolsonaro, já disseram não ter havido ditadura no país.
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