O presidente Jair Bolsonaro voltou a dar entrevista ao apresentador José Luiz Datena, na Band. O presidente, além de defender a cloroquina no tratamento da covid-19, afirmou que quem tem menos de 40 anos “não precisa se preocupar” com coronavírus. Esse, porém, não é o entendimento de autoridades na área da saúde. Além de haver mortos entre os mais jovens, há risco de essas pessoas transmitirem o vírus para idosos e portadores de doenças preexistentes.
“Quem tem abaixo de 40 anos não tem que se preocupar. De 40 a 60 tem suas preocupações e acima dos 60 é cuidado máximo”, disse. “A chuva tá aí, nós vamos se [sic] molhar. Agora, alguns podem morrer afogados na chuva. Quem são alguns? Os mais idosos e aqueles que têm doenças preexistentes”, concluiu.
> Acesse de graça por 30 dias o melhor conteúdo jornalístico premium do país
Para Bolsonaro, a única preocupação de quem tem menos de 40 anos deve ser a de não transmitir o vírus ao próximo. O chefe do Executivo também afirmou que cabe a cada família cuidar dos idosos. “Lógico que tem que se preocupar para não transmitir o vírus para outros. Mas para ele, para sua vida, é quase zero esse risco”, disse.
Porém, ao contrário do que disse o presidente, o Ministério da Saúde afirmou no dia 31 de março que o percentual de jovens e adultos mortos no Brasil por covid-19 é maior do que na China. Mesmo que a letalidade seja maior entre idosos, 10% das mortes até aquela data no país por coronavírus aconteceram com pacientes abaixo dos 60 anos. Entre eles, 4% tinham menos de 40 anos.
“Em primeiro lugar é cada família cuidar dos mais idosos. Não pode deixar na conta do Estado. Cada família tem que botar teu vovô e tua vovó num canto e evitar o contato com ele, né? A menos de dois metros, é isso que tem que ser feito e o resto tem que trabalhar”, afirmou Bolsonaro.
O presidente, porém, não disse o que as famílias carentes, que moram em casas pequenas nas comunidades do país, devem fazer para isolar os mais velhos e pessoas que se enquadrem no grupo de risco apontado por ele.
No Brasil, já morreram 800 pessoas com a doença. A taxa de letalidade é de 5%.