Em conversa com apoiadores na saída do Palácio da Alvorada nesta segunda-feira (5), o presidente Jair Bolsonaro comparou a indicação para o Supremo Tribunal Federal (STF) à escalação da seleção brasileira de futebol. “Indicação para o Supremo, para muita gente, ficou igual escalar a seleção brasileira: todo mundo tem o seu nome, e aquele que não entrou o nome dele, ele reclama e começa a acusar o cara de tudo”, disse.
“Esse mesmo pessoal, no passado, queria que eu botasse o Moro”, afirmou em referência a Sérgio Moro, ex-ministro da Justiça, que era o nome que Bolsonaro cogitava indicar para o Supremo antes das divergências entre eles e da saída conturbada do ex-juiz da Lava Jato do governo.
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Bolsonaro voltou a defender o nome de Kassio Nunes para a vaga aberta no STF em decorrência da aposentadoria do ministro Celso de Mello. A indicação já foi formalizada e que agora só depende do aval do Senado Federal. O presidente pontuou que o indicado é católico e tem vivência na ala militar. “É mentira aquela questão que ele votou para o Battisti ficar aqui. Quem decidiu foi o Supremo Tribunal Federal, não foi ele”, disse sobre uma decisão do desembargador no caso da extradição do terrorista italiano Cesare Battisti. Battisti recebeu asilo político no Brasil durante governos petistas.
O chefe do Executivo também comentou a liberação, feita pelo desembargador em 2019, de uma licitação para a compra de alimentos e bebidas para a Suprema Corte, que incluía camarões, lagostas, uísques, vinhos, espumantes e outros itens de alta gastronomia.
Sobre a ligação com o PT, Bolsonaro citou militares que hoje estão no governo e serviram nas gestões petistas, como os ministros da Infraestrutura e da Defesa, e disse que essas pessoas não podem ser penalizadas por isso.
PublicidadeDesde que divulgou a escolha por Kassio Nunes, Bolsonaro tem sido alvo de ataques de apoiadores em suas redes sociais. Na sexta-feira (2) a #BolsonaroPetista ficou nos assuntos mais comentados do Twitter durante parte da tarde. Na conversa com apoiadores nesta segunda, Bolsonaro não ouviu críticas do grupo de simpatizantes reunidos no Alvorada.
Em resposta a um apoiador identificado como representante comercial que reclamou do aumento dos impostos, Bolsonaro disse não poder reduzir a carga tributária. “Eu gostaria de diminuir muito imposto, mas tem uma lei de responsabilidade fiscal que eu tenho que cumprir”, afirmou em referência à LRF.
Encontro com Maia
Ao comentar café da manhã com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), Bolsonaro pontuou que é necessário estabelecer relações com o Congresso. “Tô errado? Quem é que faz a pauta da Câmara?”, questionou retoricamente. No encontro, foram discutidos o orçamento de 2021 e o financiamento do programa Renda Cidadã, ampliação do Bolsa Família que o governo pretende viabilizar a partir do ano que vem. A ideia é que o programa imprima a marca da gestão Bolsonaro e dê continuidade ao auxílio emergencial, cujo pagamento se encerra em dezembro deste ano.
Bolsonaro disse que irá sancionar, nos próximos dias, possivelmente amanhã, o projeto que modifica o Código de Trânsito. O texto aumenta de cinco para dez anos a validade da carteira de motorista e eleva o número de pontos para suspensão do direito de dirigir. “É facilitando a vida do povo”, finalizou.
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