As cenas da posse do presidente Lula, multiplicadas aos milhões em multiplataformas de mídia do mundo inteiro, já se inserem de forma definitiva na iconografia brasileira. As imagens reproduzem a riqueza da diversidade brasileira e cumprem a função de nos lembrar do caminho a percorrer para alcançar a igualdade e a justiça social no país.
O terceiro governo Lula assume com a promessa de combater as fake news e de promover um diálogo aberto com a imprensa.
A cerimônia de posse em 1º de janeiro é o marco inaugural dessa nova era, com exemplos e muitos aprendizados de comunicação transformadora, lições de storytelling, de conexão de verdade com os públicos, de alinhamento de mensagens e de ações de comunicação agregadoras.
Mais do que uma posse, foi uma festa de brasilidade, de cores, de musicalidade e de congregação de sotaques regionais. Os rituais da investidura ao mais alto cargo da República do Brasil ganharam uma aura especial, uma sensação de catarse coletiva, de crença em um futuro melhor para todas as camadas da sociedade.
Esta edição especial da coluna Cenas, da Oficina Consultoria, traz as dez grandes lições de comunicação da posse de Lula e as ações de relações públicas que marcarão o novo cenário de relacionamento do governo com todos os segmentos da sociedade civil.
Veja as dez grandes lições da posse do último domingo.
1 – Emoção cria conexão de verdade
A mais emotiva cerimônia de posse de um presidente brasileiro traz um novo conceito para a comunicação de massa. Lula usou elementos e técnicas de comunicação personalizada para atingir a multidão. É a ressignificação do conceito analógico de comunicação de massa do século 20, cuja premissa é falar para todos uma única mensagem unilateral.
2 – No Congresso, aula de storytelling
Lula já foi chamado por Barack Obama de “o cara”, no auge da popularidade. Assim como o ex-presidente americano, Lula é um comunicador exímio e deu uma prova magistral ao abrir o discurso oficial na posse no Congresso com uma história cheia de significados. Trouxe o personagem, abriu o discurso contando uma história pessoal e criou o grande clímax ao oferecer a sua terceira posse ao povo do Piauí. Um exemplo paradigmático e um poderoso storytelling.
3 – A faixa
Lula transforma o problema criado pelo seu antecessor, que se recusou a passar a faixa numa grande e poderosa ação de relações públicas (PR, na sigla em inglês) inclusiva e do bem. Cada brasileiro se sentiu presenteado e representado com a estratégia de comunicação de deixar a entrega da faixa a cargo de representantes do povo. Uma ação completamente inserida no conceito ESG (ambiental, social e governança em inglês). O presidente pega para si a concretização da agenda, agregando forte autenticidade e inclusão na escolha de representantes da sociedade civil.t
4 – Subida da rampa, o grande momento!
Cercada de grande expectativa e receio de muitos que pudesse não acontecer, a subida da rampa é o apogeu do evento revestido de
simbologia e pauta inclusiva ao país campeão em desigualdade. Sim, Lula subiu a rampa de novo, em meio à comoção geral pelo ineditismo da cena e de seu significado. A participação da cachorrinha Resistência nos festejos reforçou o clima inclusivo e de atenção aos animais.
5 – Festival do Futuro: a posse omnichannel
Não era só um palco para um grande show. Era a chancela da comunidade artística trazendo a riqueza da cultura popular brasileira para o novo governo. Repetido pelos artistas e pela Janja, o slogan “a alegria vai tomar posse” carimbava o carisma geral do evento. Não era uma posse, era uma grande festa.
6 – Peças de comunicação reforçavam conceito
Várias peças de comunicação foram criadas para reforçar o conceito da segurança, como manual do viajante e várias outras peças incríveis. Veja mais.
7 – Disponibilidade de Lula, principal porta-voz
Grande comunicador e exímio porta-voz, Lula transitava com total naturalidade nos principais locais e eventos do protocolo de sua posse. Ele fez vários mini-eventos dentro do próprio evento: falou com chefes de Estado, no Congresso, no Parlatório, no Planalto e no Itamaraty. Feliz e emocionado com o clima todo. Participante, protagonista. Estava em casa, pela terceira vez.
8 – A “surpresa” na festa coroa festival de PR de Lula
A chegada de surpresa no palco do Festival do Futuro era aposta e esperança de muitos eleitores que vieram para a posse. Cansado, mas feliz, Lula deu uma “palhinha” revestida de emoção, logo após ser introduzido pelo poeta Antônio Marinho, que integrou a transição. O beijo na Janja encaixa-se perfeitamente no clima de alta emotividade e celebração. Fosse um outro presidente a tomar posse, poderia ter ficado nos discursos de praxe no Congresso e no Parlatório, mas não Lula. Ele fechou o evento ao seu estilo.
9 – Discursos viram ações midiáticas
Cada discurso proferido por Lula focou no público específico e se transformou numa ação midiática televisionada ao vivo e transmitida por suas redes sociais. Quem estava na plateia, debaixo de um sol escaldante, podia acompanhar o que estava acontecendo no Congresso pelos telões na Esplanada e quem estava em casa acompanhava ao vivo pelas redes sociais.
10 – Festa e clima de libertação
A sensação generalizada na multidão que participou da posse era como se todos estivessem saindo da escravidão. Estavam celebrando a libertação, muito mais que liberdade. Na Esplanada e nas hashtags nas mídias sociais, as frases mais ouvidas ou lidas eram:
#ACABOU
#OAmorVenceu
#ChegaDeÓdio
#LulaGuerreiroDoPovoBrasileiro
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