O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, deverá mesmo adiar a divulgação do manifesto que a instituição capitaneava pedindo a harmonia entre os três poderes. O adiamento foi pedido pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que fez o anúncio do adiamento. Oficialmente, a Fiesp ainda não confirmou que adiará a divulgação, mas essa é a tendência.
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Lira pediu o adiamento diante da repercussão do manifesto. Embora o texto não mencionasse diretamente o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e pedisse a harmonia entre os poderes, o governo o interpretou como um recado. O que gerou reações. Havia informações de que versões mais duras teriam sido discutidas, vindas da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban). Como reação, os bancos públicos – Banco do Brasil e Caixa – ameaçaram deixar a federação. Diante da repercussão, Lira pediu que a nota fosse adiada para depois de Sete de Setembro. Essa data tem sido toda hora estabelecida como um marco para os próximos dias do governo, dependendo do que acontecerá no feriado da Independência.
O problema é que a decisão unilateral de Skaf de adiar a divulgação da nota gerou outras reações dos signatários. Afinal, já havia cerca de 300 assinaturas de apoio ao manifesto. Assim, alguns dos que assinaram trataram de vazar o conteúdo. Na prática, fica, assim, divulgada a nota.
Leia abaixo a íntegra do manifesto:
”A praça é dos três poderes”
PublicidadeA Praça dos Três Poderes encarna a representação arquitetônica da independência e harmonia entre o Legislativo, o Executivo e o Judiciário, essência da República. Esse espaço foi construído formando um triângulo equilátero, cujos vértices são os edifícios-sedes de cada um dos poderes.
Esta disposição deixa claro que que nenhum dos prédios é superior em importância, nenhum invade o limite dos outros, um não pode prescindir dos demais. Em resumo, a harmonia tem de ser a regra entre eles.
Este princípio está presente de forma clara na Constituição Federal, pilar do ordenamento jurídico do país. Diante disso, é primordial que todos os ocupantes de cargos relevantes da República sigam o que a Constituição nos impõe.
As entidades da sociedade civil que assinam este manifesto veem com grande preocupação a escalada de tensões e hostilidades entre as autoridades públicas. O momento exige de todos serenidade, diálogo, pacificação política, estabilidade institucional e, sobretudo, foco em ações e medidas urgentes e necessárias para que o Brasil supere a pandemia, volte a crescer, a gerar empregos e assim possa reduzir as carências sociais que atingem amplos segmentos da população.
Mais do que nunca, o momento exige do Legislativo, do Executivo e do Judiciário aproximação e cooperação. Que cada um atue com responsabilidade nos limites de sua competência, obedecidos os preceitos estabelecidos em nossa Carta Magna. Esse é o anseio da Nação brasileira.”
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