O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) se licencia do mandato a partir desta sexta-feira (29) por quatro meses para reforçar a campanha de Eduardo Leite nas prévias do PSDB e reestrutura o partido no Ceará. Tasso só deve voltar ao Senado em 26 de fevereiro. Até lá, sua vaga será ocupada pelo primeiro suplente Chiquinho Feitosa (DEM), cunhado do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Empresário, Chiquinho foi deputado federal entre 1999 e 2003 pelo PSDB. Ele é irmão de Guiomar Feitosa, esposa do ministro. Como é uma licença para tratar de assunto de interesse pessoal, Tasso não será remunerado no período em que estiver fora do Senado, para onde deve voltar em 26 de fevereiro.
O senador, que presidiu nacionalmente o PSDB, viajará por estados do Norte e Nordeste neste fim de semana com Eduardo Leite, que disputa a vaga de presidenciável pelo PSDB com o governador de São Paulo, João Doria.
Tasso se encontrará com Leite na sexta-feira em Teresina. À noite, os dois estarão em São Luís. No sábado, o senador e o governador terão agenda em Belém. No fim de setembro, Doria minimizou o apoio dado pelo senador ao governador gaúcho. “Não há perda, nem ganho. É parte do processo. Vale um voto qualificado, mas vale um voto. E respeito Tasso”, afirmou o governador paulista ao Congresso em Foco. “Considero parte do jogo democrático”, acrescentou.
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Uma das principais lideranças nacionais do PSDB, Tasso tenta reverter o quadro eleitoral do partido em seu estado. Os tucanos comandam hoje apenas quatro prefeituras cearenses. São sete vice-prefeitos, 63 vereadores e um deputado federal e dois estaduais, além do próprio senador. Tasso foi governador do Ceará por três mandatos.
Nos últimos anos o estado tem sido governado pelo grupo político do ex-deputado Ciro Gomes e de seu irmão Cid, senador, e pelo PT. Eles fazem oposição ao PSDB. Afastado de Brasília, o senador acredita que poderá reestruturar e preparar o partido para retomar o espaço perdido entre os eleitores cearenses.
PublicidadeTasso foi considerado por colegas peça-chave na conclusão do relatório da CPI da Covid. Ele e o baiano Otto Alencar (PSD) foram dois dos principais conciliadores na reta final da comissão, aparando arestas entre os integrantes do grupo majoritário, o chamado G7.