Em licença médica desde 21 de junho, o senador Marcos do Val (Podemos-ES) voltou às atividades legislativas na terça-feira (1º) no Congresso Nacional. O senador é alvo de uma investigação da Polícia Federal (PF) sobre um possível plano de golpe de estado arquitetado entre ele, o ex-deputado Daniel Silveira e o ex-presidente Jair Bolsonaro no final de 2022.
O senador prestou um depoimento à Polícia Federal (PF) no dia 19 de julho que durou seis horas. O parlamentar responde após denunciar um suposto plano do ex-presidente Jair Bolsonaro e do ex-deputado Daniel Silveira de grampear o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, e tentar obter alguma fala que pudesse incriminá-lo e assim justificar um golpe que revogasse o resultado das eleições.
Foi a segunda vez que o senador compareceu para uma oitiva. A primeira foi em fevereiro, quando começou a denunciar o suposto plano. O parlamentar, porém, mudava a narrativa a cada pronunciamento, alterando detalhes sobre quem teria sido o autor intelectual do plano, sobre como ele teria sido envolvido e sobre sua própria motivação ao denunciar.
Marcos do Val solicitou sua saída da Comissão Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos Antidemocráticos após passar mal no dia 20 de junho. Em nota, a assessoria de imprensa do senador afirmou que ele teve um mal-estar em seu gabinete e o serviço médico do Senado Federal o atendeu.
Operação da PF
Em 15 de junho, a Polícia Federal cumpriu um mandado de busca e apreensão no gabinete do senador Marcos do Val (Podemos-ES), localizado no 18° andar do anexo 1 do Senado. A PF também compareceu a endereços pessoais do senador em sua residência em Brasília. O senador estava em Vitória, capital do Espírito Santo, conforme a assessoria do parlamentar. Ele fez aniversário no mesmo dia em que a operação foi deflagrada: 52 anos.
A operação foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes. O senador é investigado, além da tentativa de golpe de estado, como suspeito de obstrução da investigação do Atos Golpistas, bem como por divulgar documentos sigilosos e por publicar ofensas e ameaças ao Supremo Tribunal Federal (STF).
PublicidadeDesde o vazamento, em junho, os perfis de Marcos do Val em redes sociais estão bloqueados por decisão judicial. O senador foi um dos entusiastas da criação da CPMI dos atos antidemocráticos. Após a operação da PF em sua casa, anunciou sua saída do colegiado, alegando se tratar de um pedido pessoal de sua esposa.
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