Com três anos de atraso, o Conselho de Ética do Senado abriu processo contra o senador Chico Rodrigues (PSB-RR) flagrado em 2020 com dinheiro escondido entre as nádegas. O caso estava engavetado no colegiado desde que Rede e Cidadania ingressaram com uma representação no Conselho de Ética da Casa por quebra de decoro parlamentar. O relator do processo será o líder da Maioria, Renan Calheiros (MDB-AL).
Em outubro de 2020, a Polícia Federal (PF) deflagrou uma operação em Roraima contra o desvio de recursos públicos para o enfrentamento à Covid-19. Na ocasião, a polícia apreendeu dinheiro vivo dentro da cueca do senador, que era vice-líder do governo de Jair Bolsonaro no Senado. Hoje, o senador integra o PSB, partido da base aliada do presidente Lula (PT).
Parte das notas, de acordo com investigadores envolvidos no caso, estavam entre as nádegas de Rodrigues. Cerca de R$ 30 mil foram encontrados na casa do parlamentar. Eram investigadas contratações realizadas no âmbito da Secretaria de Estado da Saúde envolvendo aproximadamente R$ 20 milhões que deveriam ser utilizados no combate à pandemia.
Leia também
Na época, advogados do senador emitiram uma nota em outubro afirmando que o dinheiro encontrado nas nádegas do congressista tinha origem lícita e seria destinado para o pagamento de funcionários. Chico Rodrigues também divulgou nota na ocasião, em que negou que estivesse cometendo irregularidades. “Tive meu lar invadido por apenas ter feito meu trabalho como parlamentar, trazendo recursos para o combate à covid-19 na saúde do estado”, escreveu ele, à época.
Além de Chico Rodrigues, o Conselho de Ética também abriu processos contra outros quatro parlamentares. São eles:
Cid Gomes (PDT-CE) – O procedimento administrativo foi apresentado pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). Lira acusa Cid de ofender a “honra de outro parlamentar”, com declarações feitas em 2019.
Jorge Kajuru (PSD-GO) – São dois procedimentos contra o senador. O primeiro movido pelo senador Flavio Bolsonaro (PL-RJ), que acusa Kajuru de divulgar, em 2021, gravação clandestina com o então presidente da República Jair Bolsonaro. O segundo processo foi apresentado pelo ex-senador Luiz Carlos do Carmo, que acusa Kajuru de divulgar informações falsas sobre parlamentares.
Randolfe Rodrigues (sem partido-AP) -Representação apresentada pelo então deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ). Ele acusolu o senador de atentar contra a “instituição Presidência da República e diretamente ao Estado Democrático e de Direito”.
Styvenson Valentim (Podemos-RN) – Representação apresentada pela ex-deputada Joice Hasselmann (PSDB-SP). Ela afirma que, durante uma transmissão ao vivo nas redes sociais, o senador “ironizou” incidente ocorrido com ela em 2021.