Procurador-geral da República, Augusto Aras foi reconduzido para o cargo pelo Senado Federal em agosto de 2021. Apesar das críticas de que estaria alinhado ao presidente Jair Bolsonaro (PL) durante o seu primeiro biênio à frente do Ministério Público Federal, alguns senadores da oposição afirmaram que estavam dando um novo “voto de confiança” a Aras.
Líder da oposição no Senado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP) afirma que a recondução do PGR foi um erro. “Acho que foi um grave erro da parte dos meus colegas senadores. Um gravíssimo erro! Voto de confiança se dá na primeira vez”, afirmou o senador ao Congresso em Foco. “Na primeira vez, o senhor Aras já disse a quem ele servia. E não era ao Ministério Público”, completa.
Augusto aras foi reconduzido com 55 votos favoráveis, dez contra e uma abstenção.
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Juntamente com outros seis senadores, Randolfe protocolou nessa terça-feira (26) uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo a abertura de uma investigação por prevaricação contra a vice-procuradora-geral da República Lindôra Araújo. Indicada por Aras, Lindôra assinou um pedido para arquivar cinco das nove investigações preliminares contra o presidente Jair Bolsonaro decorrentes das investigações da CPI da Covid.
Vice-presidente da comissão, Randolfe afirma o arquivamento das investigações é um desrespeito às vítimas da covid. “Essa decisão se equipara a vilipêndio de cadáver. É um desrespeito aos mais de 670 mil brasileiros que foram vítimas da pandemia”, avalia Randolfe.
O documento também foi assinado pelos senadores Omar Aziz (PSD-AM), Renan Calheiros (MDB-AL), Humberto Costa (PT-PE), Tasso Jereissati (PSDB-CE), Fabiano Contarato (PT-ES) e Otto Alencar (PSD-BA). Todos os parlamentares foram integrantes da comissão no Senado.
PublicidadeAlém de solicitar que a vice-procuradora-geral seja investigada por prevaricação, os senadores pedem a manifestação “direta e pessoal” de Augusto Aras sobre os fatos investigados na CPI da Covid.
“A CPI e seus membros fizeram um trabalho com muito amor e dedicação, sem medo, que provou por a + b os crimes que foram cometidos por Jair Bolsonaro. Esse trabalho foi acompanhado por todos os brasileiros durante os seis meses do curso da comissão”, destaca Randolfe. “Em nome das mais de 600 mil vítimas, não vamos aceitar que esse trabalho seja jogado na mesma latrina que o senhor Aras joga todos os crimes que são cometidos por Jair Bolsonaro”, completa.
CPI do MEC
Autor do requerimento de abertura da CPI do MEC, Randolfe pretende acionar o STF para que a comissão seja criada após o retorno do recesso parlamentar, marcado para o dia 1º de agosto. A comissão seria destinada a investigar as denúncias de corrupção e tráfico de influência no Ministério da Educação (MEC). No entanto, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), pretende instalar as comissões somente após o período eleitoral para evitar “a contaminação das investigações”.
Randolfe Rodrigues destaca que a postergação é um movimento do governo para impedir a criação da comissão. “Vamos insistir no Supremo para ter a CPI antes das eleições”, afirma o senador.
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