Aos 47 anos, Cristiano Zanin Martins, será o novo nome a assumir uma das 11 cadeiras do Supremo Tribunal Federal (STF). Advogado responsável pelos processos do presidente Lula (PT) na Operação Lava Jato, Zanin pavimentou ao longo dos processos do petista os caminhos que o levaram até a indicação para a mais alta Corte do país.
A mensagem de Lula com a indicação do advogado será feita ainda nesta quinta-feira (1ª). Ainda que precise ter seu nome sabatinado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado e, posteriormente, pelo plenário da Corte, o advogado já trabalha com a data da posse no Supremo, o que deve acontecer já no começo do segundo semestre.
Criminalista, Zanin virou um rosto conhecido especialmente com os processos que tiveram Lula como alvo, e que resultaram inclusive na prisão do petista. Zanin foi quem acompanhou Lula até mesmo na prisão, na sede da Polícia Federal em Curitiba, onde Lula ficou quase dois anos detido. Era o advogado que levava livros e conversava toda a semana com o presidente da República.
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Zanin sempre teve posicionamento crítico à Operação Lava Jato, a qual classificou por inúmeras vezes como arbitrariedade e uma tentativa de “intimidação” do seu trabalho e “abuso de autoridade”. O escritório e a casa do advogado chegaram a ser alvo de busca e apreensão da Polícia Federal. Na época, a operação foi autorizada pelo então juiz federal Marcelo Bretas, a quem o advogado acusou de ser vinculado ao presidente Jair Bolsonaro.
Zanin, alvo da operação, afirma que o seu trabalho desmascarou arbitrariedades praticadas pela Lava Jato. “É público e notório que minha atuação na advocacia desmascarou as arbitrariedades praticadas pela Lava Jato, as relações espúrias de seus membros com entidades públicas e privadas e sobretudo com autoridades estrangeiras”, afirmou o advogado, em 2020, quando ocorreu a operação.
Zanin vai assumir a vaga aberta com a saída do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski, que se aposentou em abril. Depois de Lula tornar público o nome de quem irá ser o escolhido para a vaga de Lewandowski, o escolhido (a) precisa passar pela sabatina da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, onde não deve encontrar resistência. O processo só é finalizado depois de o nome ser aprovado no plenário da Casa. Só após, o STF pode marcar a posse.
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