Antes mesmo de passar pela coleta de assinaturas, a CPI proposta pela bancada do PT na Câmara para investigar os possíveis conflitos de interesses de Sérgio Moro no julgamento dos casos da Operação Lava-Jato corre o risco de não ser aberta. Segundo seu autor, deputado Paulo Teixeira (PT-SP), a assessoria jurídica do PT concluiu que uma CPI não seria a melhor forma de realizar a investigação, uma vez que esta poderia afetar a recuperação judicial da Odebrecht.
A hipótese da CPI, porém, não fica inteiramente descartada. Na próxima segunda-feira (31), a bancada do PT na Câmara planeja se reunir para deliberar sobre a melhor forma de dar andamento à questão.
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Tanto partidários do PT quanto aliados do governo procuram investigar a possibilidade de Moro ter obtido benefício próprio com as ações da Operação Lava-Jato sobre as empresas do grupo Odebrecht. A tese é sustentada pela contratação do ex-juiz em 2020 por um escritório de advocacia do grupo Alvarez & Marsal, o mesmo responsável pela gestão da recuperação judicial da Odebrecht.
O escritório confirmou ao Tribunal de Contas da União (TCU) ter recebido R$42 milhões da empresa ao longo da recuperação, mas não manifestou sobre se Moro teria recebido parte do valor.
Em resposta, o escritório afirma ter estabelecido contrato com Moro apenas um ano depois de ter sido contratado para gerir a recuperação da Odebrecht. A Alvarez & Marsal também afirma que o contrato com o ex-juiz prevê uma cláusula de confidencialidade, e que portanto os valores repassados não podem ser revelados sem o seu consentimento. O escritório acrescenta que a função exercida por Moro em seu contrato não dizia respeito à gestão de recuperações judiciais.
PublicidadeA Câmara dos Deputados não é o único órgão na cola de Sérgio Moro. O Ministério Público Junto ao Tribunal de Contas da União (Mptcu) também o investiga desde antes de se cogitar uma CPI. Por outro lado, Moro conta ainda com apoio de seus copartidários no Podemos, bem como de outros parlamentares apoiadores da Operação Lava-Jato. Entre eles, o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), que pediu à Procuradoria-Geral da União que se investigue o responsável pelo processo no TCU, ministro Bruno Dantas, por suposto abuso de autoridade.
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