O PSB quer ampliar seus espaços de poder em posições estratégicas na região Nordeste no novo governo do presidente Lula (PT). O partido do vice-presidente Geraldo Alckmin disputa o comando de empresas e autarquias como Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a Fundação Nacional de Saúde (Funasa), além do Banco do Nordeste (BNB). Essas empresas têm forte capital político na região ao tratar de temas que vão desde o abastecimento de água até o financiamento de grandes e médios empreendimentos.
Para esses espaços, está sendo colocado à disposição o nome do governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), que deixa o cargo no final deste ano. “Ele pode ser aproveitado como técnico competente [auditor concursado do Tribunal de Contas de Pernambuco]. Não descartamos a participação dele no governo. Hoje, ele não seria ministro, mas está no jogo. Ele pode compor em espaços regionais, nessas autarquias e empresas estratégicas do governo no Nordeste. Lula vai precisar quadros com o perfil [técnico] dele”, disse um integrante do PSB ao Congresso em Foco, em reserva.
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Partido ganhou força
Na avaliação do partido, a legenda ganhou força com o vice Geraldo Alckmin e pode conquistar outras posições importantes. Internamente, o comando nacional da legenda, que tradicionalmente é de Pernambuco, avalia que os espaços conquistados com Márcio França (Portos e Aeroportos), Flávio Dino (Justiça), Tadeu Alencar (Secretário Nacional de Segurança Pública) e o próprio Geraldo Alckmin (Indústria e Comércio) contempla todas as forças internas do PSB, sem gerar atritos internos.
“O PSB de São Paulo ganhou força com o vice [Geraldo Alckmin]. Isso estava bem claro. Para essa composição, houve diálogo com o PSB de São Paulo e Pernambuco”, disse outro socialista. Mais um entendimento no partido: o ministério da Justiça, com o senador eleito Flávio Dino, é muito mais uma escolha pessoal de Lula do que um espaço partidário. “Não espere que o partido terá indicações apenas de São Paulo”, garantiu.
“O diálogo com Flávio Dino no PSB é bom. Ele trouxe Tadeu Alencar, tentou indicar o secretário do governo do Espírito Santo [Edmar Camata, para a PRF]. A indicação dele para a política penal é um quadro de Geraldo Alckmin [Augusto de Arruda Botelho para a secretaria Nacional de Justiça]. O mesmo dessa condução espera-se de Márcio França e de Alckmin”, completou.
“O tamanho que o PSB está tendo em termos de ministério, no governo Lula, talvez seja o maior em tamanho que o partido já teve. É maior do que com Lula [nos dois governos anteriores] e o de Dilma. O máximo foi Portos e Aeroportos [governo Dilma]”, comemorou, ao esquecer outra pasta, a da Integração Nacional, chegou a ficar nas mãos do senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), que na época era do partido.
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