O presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Mauro Luiz de Britto Ribeiro, reagiu nesta quarta-feira (6) ao anúncio do relator da CPI da Covid, Renan Calheiros (MDB-AL), de que a comissão passaria a investigar o chefe do Conselho. Em nota divulgada após o anúncio, Mauro acusou a CPI de “dar palanque” à detratores do CFM. O órgão- responsável por regular a atividade no Brasil – é acusado de ser leniente às opiniões contrárias à ciência, encampadas pelo presidente Jair Bolsonaro.
“Os membros da CPI deixaram clara sua opção de dar palanque àqueles que mantém um discurso alinhado com determinada visão, distante da realidade enfrentada pelos médicos na linha de frente contra a covid-19, e não dar voz ao Conselho Federal de Medicina (CFM) como representante daqueles que têm dado o máximo na luta contra essa doença, às vezes com o sacrifício de sua própria saúde ou vida”, escreveu Mauro em nota.
Ele ainda reafirmou o argumento da liberdade do médico, que em sua visão poderia garantir que este receitasse medicamentos ineficazes contra a covid-19. Este é um dos debates centrais da CPI da Covid: nas últimas semanas, senadores apuraram que a Prevent Senior, operadora de planos de saúde voltada para idosos, prescreveram o chamado “kit covid”, composto de medicamentos ineficazes contra a doença, para os pacientes.
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A decisão de tornar o médico como investigado ocorreria, segundo Calheiros, por três fatos: Mauro Luiz teria apoiado o negacionismo defendido pelo governo; teria dado apoio a medicamentos ineficazes, e teria se omitido diante de fatos criminosos, como o caso da Prevent Senior.
A decisão acabou criticada por senadores da base governista na CPI, como Marcos Rogério(DEM-RO) e Eduardo Girão (Podemos-CE). Apesar de ser incluído na lista dos investigados, Mauro não foi e não deve ser ouvido pela comissão até o final dos trabalhos.
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