Ainda à espera da sessão do Congresso Nacional que deve apreciar sua criação, a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro já teve os primeiros nomes indicados. O Partido Liberal (PL) indicou, na Câmara, os deputados Eduardo Bolsonaro (SP), André Fernandes (CE) e Alexandre Ramagem (RJ) para compor o colegiado.
Eduardo Bolsonaro é filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Ramagem foi chefe da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo passado e André Fernandes foi um apoiador dos atos do dia 8.
Ainda não se sabe sobre os integrantes do Senado, mas o senador Magno Malta (PL-ES) deve ser indicado para uma das três vagas. Já os governistas trabalham pela indicação dos nomes de Renan Calheiros (MDB-AL), Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Omar Aziz (PSD-AM) para compor o colegiado. Quando decididos os integrantes, eles farão a seleção do presidente da CPMI, que escolherá um relator.
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CPMI de 8 de janeiro
O pedido de CPMI para investigar os atentados do dia 8 de janeiro foi assinado pelo deputado André Fernandes, um dos parlamentares investigados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no inquérito sobre as invasões golpistas. Ao todo, 189 deputados e 33 senadores apoiaram a medida.
A expectativa é que na quarta-feira (26) o presidente do Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), faça a leitura do pedido de instalação da Comissão durante sessão no plenário da Casa legislativa. Após a leitura do requerimento, os partidos devem se organizar para indicar os membros da comissão.
PublicidadeA oposição, que foi a principal articuladora do pedido da CPMI, promete não abrir mão de ter a relatoria do colegiado, considerado o cargo mais importante.
“A CPMI está consolidada e agora o governo agora vai tentar aparelhar e controlar a comissão. Não irá conseguir”, enfatizou ao Congresso em Foco o líder da Oposição no Senado, senador Rogério Marinho (PL-RN).
Nos bastidores, os parlamentares da oposição já admitem abrir mão da presidência, mas não da relatoria. Essa, os opositores do governo Lula não querem perder a chance de comandar, ainda mais depois que o governo se viu obrigado a aceitar a instalação do colegiado. A mudança de postura do governo ocorreu que o general Gonçalves Dias deixou o comando do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), diante do vazamento de gravações das câmeras de segurança do Palácio do Planalto, que revelaram ele e outros oficiais do GSI circulando pelo prédio em meio à invasão, e interagindo com os golpistas.