Uma vereadora de Belo Horizonte, um deputado estadual do Paraná e um deputado federal por Pernambuco condicionam as suas permanências no PDT a uma revisão do posicionamento do partido sobre a PEC dos Precatórios (PEC 23/2021). Após o partido – que é de oposição ao governo Bolsonaro – contribuir para a aprovação em 1º turno na última quarta-feira (3), diversas alas criticaram severamente o posicionamento da bancada na Câmara dos Deputados, incluindo Ciro Gomes, que suspendeu sua pré-campanha à presidência pela legenda.
Foi justamente essa manifestação que inspirou o ato de Duda Salabert, vereadora mais votada em 2020 na capital mineira; Goura Nataraj, que representa o partido na Assembleia Legislativa de Minas Gerais; e Tulio Gadelha (PE), que integra a bancada na Câmara dos Deputados.
“Assim como Ciro Gomes suspendeu sua pré-candidatura à Presidência como forma de apelo para que parlamentares do PDT mudem sua posição em relação à PEC dos Precatórios, entendemos que nossa permanência no partido será também repensada caso a bancada do PDT mantenha os votos favoráveis à PEC”, escreveram.
O manifesto, divulgado na noite desta segunda-feira (8), cobra uma postura mais firme do partido e mesmo da esquerda como um todo. O ultimato vem um dia antes da votação em segundo turno do texto, prevista para esta terça-feira (9).
“Se não bastasse nossa revolta contra o conteúdo da PEC, contra esse cenário construído a partir do toma-lá-dá-cá, revoltamos-nos mais ainda ao ver parlamentares do campo progressista – que se dizem oposição ao bolsonarismo – votando favoravelmente à essa proposta que irá aumentar a corrupção no país e funcionará como substrato para reeleição de Bolsonaro”, dizem os autores da nota. “É preocupante ver que 62% da bancada do PDT, 31% da bancada do PSB e 25% da bancada do PV votaram a favor dessa PEC do calote.”
PublicidadeA bancada do partido na Câmara é composta por 24 deputados. Desses, 15 (62,5%) votaram a favor do texto, seis contrários (25%) e três (12,5%) estiveram ausentes. Como o placar da aprovação foi apertado – 312 votos favoráveis, e 144 contra, pouco acima dos 308 votos necessários – o apoio do PDT e de outras legendas foi fundamental para que o texto fosse aprovado em primeiro turno, como pretendia o governo.
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