Depois de angariar o apoio de oito partidos à sua candidatura, o deputado Hugo Motta (Republicanos-PB) deve ampliar seu favoritismo na disputa à presidência da Câmara nesta terça-feira (5) com a adesão de outros quatro partidos: PSB, PDT, PSDB e Cidadania (esses dois atuam juntos, como federação). Essas bancadas somam 49 deputados. Grupo que se junta aos 324 deputados que integram as oito legendas que já aderiram à campanha de Hugo Motta. Com isso, ele passa a ter o voto em potencial de 373 parlamentares. Para se eleger em primeiro turno são necessários 257 votos.
O PSDB e o Cidadania devem declarar apoio a Hugo em reunião marcada para as 15h. O PSB deve se reunir com o deputado e o presidente da sigla, Carlos Siqueira, às 16h. Já o presidente do PDT, ministro Carlos Lupi, e a bancada pedetista devem receber o paraibano às 17h. A expectativa é de que as adesões sejam anunciadas ainda hoje.
Embora não tenham embarcado oficialmente, PSDB, Cidadania, PSB e PDT caminhavam para uma aliança com Elmar Nascimento (União Brasil-BA), candidato que contava com o apoio de Lira antes da reviravolta causada pela desistência do presidente do Republicanos, deputado Marcos Pereira (SP), para apoiar Hugo Motta. “Perdi o meu melhor amigo”, queixou-se Elmar na semana passada ao comentar que se sentiu abandonado pelo presidente da Câmara.
Apesar da resistência de Elmar, a bancada do União Brasil também negocia com Hugo Motta a retirada da candidatura do baiano para apoiá-lo. A decisão sobre o assunto deve ser tomada ainda nesta semana.
A debandada para o lado de Hugo Motta se justifica pelo receio dos partidos de perder espaço na Mesa Diretora e no comando de comissões caso insistam em candidaturas com pouca viabilidade eleitoral.
Outro partido que também discutirá a sucessão na Câmara nesta terça-feira é o PSD. O líder da bancada, Antonio Brito (BA), resiste a retirar seu nome da disputa. Ele tem o apoio do presidente da sigla, Gilberto Kassab. Ambos têm repetido que a candidatura própria será mantida.
PublicidadeO voto para presidente da Câmara e demais cargos da Mesa Diretora é secreto. Por isso, pode haver dissidências dentro de cada partido, a despeito do apoio declarado pelas legendas aos candidatos. As siglas, no entanto, negociam desde cargos na Mesa ao comando de importantes comissões até indicações para o Tribunal de Contas da União (TCU) e relatorias, além da votação de determinados projetos.