O líder da minoria no Senado, Jean Paul Prates (PT-RN), afirmou nesta segunda-feira (27) que vai solicitar à Petrobras informações sobre as declarações atribuídas ao ex-presidente da estatal Roberto Castello Branco de que o celular corporativo que devolveu à petroleira quando deixou o cargo, em abril do ano passado, continha mensagens e áudios que incriminariam Jair Bolsonaro.
O documento deverá ser finalizado e entregue à Mesa Diretora do Senado nesta terça-feira (28). Segundo o site Metrópoles, a declaração foi dada por Castello Branco no sábado, em um grupo de economistas de um aplicativo. Na ocasião, o ex-presidente do Banco do Brasil Rubem Novaes disse que Castello Branco, primeiro presidente da Petrobras na gestão de Bolsonaro, atacava o chefe do governo.
“Se eu quisesse atacar o Bolsonaro não foi e não é por falta de oportunidade (sic). Toda vez que ele produz uma crise, com perdas de bilhões de dólares para seus acionistas, sou insistentemente convidado pela mídia para dar minha opinião. Não aceito 90% deles [dos convites] e quando falo procuro evitar ataques”, rebateu o ex-presidente da Petrobras. “No meu celular corporativo tinha mensagens e áudios que poderiam incriminá-lo. Fiz questão de devolver intacto para a Petrobras”, completou.
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Jean Paul Prates disse que é preciso saber que tipo de crime Bolsonaro cometeu. “Vamos oficiar a Petrobras solicitando essas informações. Todo mundo sabe que o presidente achaca diariamente a empresa que deveria ajudar a nortear, mas é importante saber exatamente quais crimes ele cometeu, ou se realizou ameaças pessoais”, afirmou o senador.
Para o líder oposicionista, é preciso esclarecer que tipo de pressão o presidente da República exerceu sobre o comandante da estatal.
“Não precisa ser economista pra saber que a presença de Bolsonaro no governo é uma ameaça à economia brasileira, desvaloriza nossa moeda com suas bobagens, prejudica a inflação. Mesmo tendo minhas divergências com o ex-presidente da Petrobras Castello Branco, sei que não é assim que se conduz uma empresa pública, sob ameaças e impropérios. É importante que se esclareça exatamente o dano que Bolsonaro impôs à empresa e ao Brasil.”
Roberto Castello Branco não se manifestou sobre o assunto após a publicação da reportagem.
O requerimento, que será submetido à Mesa Diretora do Senado, solicita uma série de informações ao ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, sobre mensagens trocadas em celulares corporativos e registros audiovisuais de reuniões do Conselho Administrativo da Petrobras.
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