por Pr. Dr. Sérgio Ricardo Gonçalves Dusilek*
Que me perdoe o professor Antônio Damásio por este título, mas ao contrário dele que falou do filósofo francês Descartes, minha abordagem se volta para uma figura política da Câmara federal, cujo sobrenome é Cavalcante. Sim, estou falando do fiel escudeiro dos interesses do seu histriônico padrinho político-religioso, o qual lidera certo segmento evangélico das Assembleias de Deus no Brasil.
Recentemente o dito deputado repetiu uma expressão que vem sendo usada corriqueiramente por membros da Frente Parlamentar Evangélica (FPE) no Congresso Nacional, visando desqualificar o pensamento de líderes evangélicos que divergem dos posicionamentos de tal grupo. Foi por ocasião do lançamento de uma proposta de parceria do Ministério do Desenvolvimento Social e as Igrejas evangélicas para atendimento de pessoas em situação de vulnerabilidade social. Como o intuito é a desqualificação do oponente, o emprego do diminutivo se torna um lugar comum. O problema maior é que ele vem sendo aplicado à igreja, àquilo que nove entre dez evangélicos prezam por demais, a ponto de não aceitarem qualquer tentativa de mácula.
Por esta razão, dizer que o pensamento divergente não é importante afirmando que os que assim se pronunciam são líderes inexpressivos, por estarem a frente de “pequenas igrejas”, parece ser um erro capital para o deputado e seus parceiros, especialmente pelas razões que passo a expor.
Leia também
Primeiro porque a obra de Deus, e a Igreja é uma delas, não pode ser tratada no diminutivo. Quem é o homem para qualificar e quantificar a obra divina? Quem são os deputados para diminuírem uma comunidade de fé? Será que destratariam a comunidade discipular de Jesus de Nazaré? Toda Igreja, prezados integrantes da FPE, é importante para Deus.
Segundo porque o deputado, que talvez esteja mais envolto com a política do que com a vida eclesiástica, parece querer esquecer que as chamadas “grandes igrejas” não são sinônimos de “grandes crentes”. Aliás, como ouvi certa vez de um irmão, não adianta ter uma igreja grande de crentes pequenos…
Terceiro, porque o deputado e seus parceiros criam um paradoxo para eles mesmos. Ora, se tais pastores são tão inexpressivos, se tais lideranças inspiram somente um punhado de gente, como explicar que eles sejam notados por Vossas Excelências, a tal ponto de ensejar uma reação? Bom, ou vocês assumem que são menores do que essas vozes, ou que eles são bem maiores do que vocês pensam. Neste segundo caso, ficaria evidenciado que o conhecimento de vocês sobre o movimento evangélico é tão parco como boa parte dos observadores que escrevem sobre ele.
Em quarto lugar há que se destacar a própria condição do deputado. Quem é Sóstenes? Conseguiria ser eleito sem a plataforma do seu padrinho político? Aliás, em eventual rompimento, teria sucesso em algum novo posto no estamento político brasileiro? Será que algum dia o deputado ousou discordar do seu padrinho político? De longe, tal tentativa de descaracterização imposta sobre líderes não afinados com a FPE, soa mais como projeção do que como fiel interpretação da realidade.
Não, deputado! Não é bom que você acuse qualquer Igreja de Jesus de nanismo: tanto pelo aspecto capacitista presente na fala, como no evidente equívoco teológico no qual labora. Esse tipo de fala coloca o seu mandato e dos seus colegas, em oposição a Deus e sob o crivo condenatório da grande maioria dos pastores e pastoras do Brasil. E isso, para um político acostumado aos votos do redil eclesiástico, não é nada bom. “Obrigado. De nada”.
*Os textos publicados pelo Observatório Evangélico trazem a opinião e análise dos autores e não refletem, necessariamente, a visão dos demais curadores ou da equipe do site.
* Pr. Dr. Sérgio Ricardo Gonçalves Dusilek é mestre e doutor em Ciência da Religião (UFJF/MG); Pesquisador do Núcleo de Estudos e Pesquisa em Filosofia da Religião, da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF/MG); Pastor na Igreja Batista Marapendi (RJ/RJ); Professor do Seminário Teológico Batista Carioca. Autor de Bíblia e Modernidade: A contribuição de Erich Auerbach para sua recepção e co-organizador de: Fundamentalismo Religioso Cristão: Olhares transdisciplinares; e O Oásis e o Deserto: Uma reflexão sobre a História, Identidade e os Princípios Batistas. Contato: sdusilek@gmail.com
O texto acima expressa a visão de quem o assina, não necessariamente do Congresso em Foco. Se você quer publicar algo sobre o mesmo tema, mas com um diferente ponto de vista, envie sua sugestão de texto para redacao@congressoemfoco.com.br.
Judaísmo e Cristianosmo são duas farsas. Israel por volta do ano 700ac escolheu este Deus chamado javé em um panteão com outros 11. Roma inventou Jesus pra domesticar os judeus q eram muito rebeldes. Ou seja o mundo está subordinado à duas religiões de deuses feitos de palavras. Igreja tem duas funções: curral eleitoral e empresas da fé.
Ele tem toda razão. Jesus veio para ajudar os humildes e
Desamparados. E disse: NAO façam da casa dd meu pai um antro DF comércio.