O deputado federal Professor Alcides (PL-GO), suspeito de manter relações íntimas com um adolescente, se pronunciou sobre as acusações. Conforme o parlamentar, trata-se de uma “narrativa desonesta baseada na distorção de fatos que teriam ocorrido”. Ele acrescentou ainda que a operação da Polícia Civil de Goiás, deflagrada nessa quinta-feira (12) e que indiretamente envolveu o deputado em um roubo para ocultar o relacionamento com o jovem, embalou um “circo midiático”.
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“Deploro a utilização preconceituosa, mesquinha e criminosa de minha pública orientação sexual como arma política. Sou homossexual, não sou bandido. Bandidos são os que se levantam contra mim”, complementou Professor Alcides. “Me reconheço como homossexual. Sofri por toda minha vida inúmeras formas de preconceito. A homofobia é crime. A utilização do aparato policial para uma evidente operação midiática é crime”.
A operação em questão, Operação Peneira, foi deflagrada pela Polícia Civil do estado, por meio da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) de Aparecida de Goiânia – 2ª DRP, para cumprimento de três mandados de prisão e três mandados de busca e apreensão na casa de investigados. Segundo os investigadores, os alvos da operação cometerem crime de roubo majorado pelo concurso de pessoas e ameaça por meio da utilização de armas de fogo no município, o segundo mais populoso de Goiás e localizado na região metropolitana de Goiânia.
De acordo com as investigações, o crime tinha como objetivo apagar vídeos, fotos e conversas armazenados nos aparelhos telefônicos, bem como salvos no iCloud, com o objetivo de ocultar relação íntima entre o adolescente e o parlamentar.
Apesar de o nome do deputado não ter sido mencionado na nota da Polícia Civil, Professor Alcides confirmou ao jornal Mais Goiás que um dos presos é seu segurança e mora em sua residência, em Aparecida de Goiânia. Além do segurança, também foi detido um assessor do parlamentar.
Conforme a Polícia Civil, o jovem teve a casa invadida e foi ameaçado com arma de fogo para entregar os aparelhos telefônicos e fornecer a senha do iCloud, nuvem do sistema IOS, da Apple.
No mesmo dia em que a operação foi deflagrada, o deputado votou no plenário a favor de uma emenda ao projeto de lei (PL 2.976/2020) que autoriza a castração química de pedófilos. O texto original, relatado pela deputada Delegada Katarina (PSD-SE), porém, dispunha originalmente apenas sobre a criação de um cadastro nacional de pedófilos, a emenda foi incluída pelo deputado Ricardo Salles (Novo-SP).
Questionado pelo Congresso em Foco se não se preocupava por ter votado a favor da castração química, o Professor Alcides respondeu: “Claro que não, eu sou inocente. Nunca fiz isso”.
Durante as eleições municipais deste ano, o parlamentar se candidatou a prefeito de Aparecida de Goiânia. Apesar de ter ido para o segundo turno, perdeu o pleito para Leandro Vilela (MDB), que teve 63,6% dos votos válidos. Professor Alcides, na ocasião, foi apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.
O ex-chefe do Executivo, durante carreata, destacou que o deputado era “uma pessoa preparada para conduzir o destino do município”. Bolsonaro também acrescentou que gostaria de voltar no próximo ano à cidade “para dar uma abraço no prefeito” e nos eleitores.
Com mais de R$ 9 milhões em patrimônio declarado no Tribunal Superior Eleitoral, Alcides Ribeiro Filho é empresário dos setores alimentício, educacional e empresarial. O deputado é sócio proprietário da Faculdade Alfredo Nasser, que tem unidades em Aparecida de Goiânia, Pontalina (GO), Remanso (BA) e Casa Nova (BA).
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