Nenhum senador compareceu a todas as 430 sessões ordinárias reservadas a votação pelo Senado nos últimos quatro anos. O mais assíduo entre eles foi o paraense Flexa Ribeiro (PSDB), que esteve presente em 408 sessões deliberativas ordinárias realizadas entre fevereiro de 2007 e dezembro de 2010. Depois dele, os mais presentes foram Marco Maciel (DEM-PE) e Sérgio Zambiasi (PTB-RS) com 405 e 396 presenças, respectivamente.
Os três abrem a lista dez senadores mais assíduos da legislatura, de acordo com levantamento exclusivo feito pelo Congresso em Foco. A relação dos campeões em assiduidade reúne representantes de nove estados e seis partidos políticos, com destaque para PSDB, DEM, PTB e PMDB, com dois nomes cada.
Circunvizinho à capital federal, Goiás é a única unidade federativa que tem dois de seus três senadores na lista dos mais presentes. Rio Grande do Sul, Pará, Pernambuco, Sergipe, Maranhão, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Piauí têm um nome. Sede do Congresso Nacional, o Distrito Federal não tem nenhum senador entre os dez que mais registram presença na legislatura.
De todos os senadores, apenas oito compareceram a pelo menos 90% das sessões destinadas a votações na atual legislatura. Além de Flexa Ribeiro, Marco Maciel e Sérgio Zambiasi, alcançaram esse índice de presença Antônio Carlos Valadares (PSB-SE), Eduardo Suplicy (PT-SP), Valter Pereira (PMDB-MS), Demóstenes Torres (DEM-GO) e Epitácio Cafeteira (PTB-MA).
Disciplina e disciplina
Dois dos três senadores mais assíduos atribuem seus altos índices de comparecimento ao plenário a uma forte disciplina. “É um compromisso que assumimos. Quando a população lhe dá o direito de representar o estado no Senado você passa a ser um funcionário público, que é o que somos. A responsabilidade é exercer o mandato na plenitude, isso inclui estar presente em todas as sessões, ir às comissões e discutir projetos que interessem ao estado, à sua região e ao país”, afirma o senador com mais presenças em toda a legislatura.
No final de seu primeiro mandato, Sérgio Zambiasi diz ter ficado surpreso ao saber que é um dos três senadores mais assíduos da legislatura. “Fui eleito para estar em Brasília representando o Rio Grande do Sul. Sou absolutamente disciplinado. Mesmo em final de mandato, estou em Brasília hoje com minha substituta, Ana Amélia, no Ministério dos Transportes, para que ela possa continuar o trabalho que vínhamos realizando”, conta o petebista.
Flexa e Zambiasi dizem que não costumam marcar compromissos fora de Brasília nas terças, quartas e quintas-feiras, dias reservados a votações no Senado. “Na sexta e no sábado, atendo no interior do estado, na segunda, despacho em Belém. Busco ajustar a agenda nessa linha”, explica o senador paraense, reeleito em outubro. “Entendi a necessidade de permanecer durante a semana em Brasília e nos finais de semana no estado para estabelecer uma relação com as entidades comunitárias de lá. Mas o Parlamento é a casa do parlamentar, é lá que se exerce o mandato”, ressalta o gaúcho.
Sem disputar as eleições passadas, Zambiasi diz que vai voltar a se dedicar exclusivamente ao rádio. Ele conta que deixa o Senado sem qualquer sentimento de frustração, mas sem entender por que as propostas apresentadas pelos parlamentares não deslancham. “Se existe uma inconformidade em relação ao meu mandato, ela está nessa morosidade na análise dos projetos dos parlamentares. Isso inibe e desmotiva. Se tem proposta, vai pro debate e analisa. Se não é boa, rejeita. Mas dá oportunidade a um debate sobre o assunto”, reclama.
Casa cheia
O petebista também lamenta o fato de o Senado ter registrado a presença dos 81 senadores somente duas vezes em toda a legislatura. “É bonito ver quando a Casa tem a presença de todos e ganha toda aquela mobilização. Aí fica muito gostoso o convívio, porque é oportunidade de os próprios colegas fazerem pequenos debates na tribuna, no cafezinho, ou no plenário”, afirma.
Os únicos parlamentares que compareceram a todas as sessões de que deveriam participar foram suplentes que exerceram o mandato por breve período e, por esse motivo, não entram na lista do Congresso em Foco dos campeões de assiduidade. São eles: Ada Mello (PTB-AL), Alfredo Cotait (DEM-SP), Belini Meurer (PT-SC), Carlos Dunga (PTB-PR), Casildo Maldaner (PMDB-SC), Jorge Yanai (DEM-MT), João Faustino (PSDB-RN), Marco Antonio Costa (DEM-TO), Osvaldo Sobrinho (PTB-MT), Selma Elias (PMDB-SC) e Virgínio de Carvalho (PSC-SE).
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