O senador Sergio Moro (União-PR) deu entrevista à imprensa nesta quarta-feira (22) sobre a operação da Polícia Federal (PF) que desmantelou um plano da facção criminosa Primeiro Comando Capital (PCC) de sequestrar ele, sua esposa Rosângela Moro (União-SP) e outras autoridades judiciais. Em sua fala, cobrou que o governo apoie seu projeto de lei que cria o tipo penal de planejamento de atentado contra autoridades públicas.
A operação aconteceu um dia depois de uma entrevista prestada pelo presidente Lula ao portal Brasil 247, em que afirmou que, no período em que passou preso, dizia: “Só vou ficar bem quando foder o Moro”. Alguns apoiadores de Moro fizeram associação entre a entrevista e a operação. O próprio Moro afirmou que a declaração de Lula ajudaria a estimular ódios.
Moro protocolou o projeto no Senado em resposta à tentativa de atentado, e sugeriu que o governo o apoie como forma de retratação pela fala de Lula. “O foco é trabalharmos esse projeto de lei em relação ao qual eu até pediria, respeitosamente, o apoio do próprio governo federal, até para se redimir em relação às frases infelizes do presidente da República”, declarou.
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Independentemente de haver ou não interesse do governo em adotar alguma providência sobre a fala de Lula, Moro defendeu que o interesse por trás do projeto é suprapartidário, não sendo esperada resistência política. “É importante que todos nós caminhemos juntos. Essa polarização, essa politização, frases infelizes como a de ontem, acabam nos deixando mais vulneráveis a esses ataques”, afirmou.
A aprovação de um projeto de lei que traga consequências a atentados contra autoridades pública, na sua visão, também é vista por Moro como uma resposta institucional ao crime organizado. “Nós não podemos apenas nos limitar a nos proteger. Nós precisamos reagir, e reagir por lei: melhorando a legislação para que a gente possa combater o crime organizado, e assim proteger todas as pessoas”, defendeu.
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