O ex ministro da Educação, Milton Ribeiro, esperado depor na comissão de Comissão de Educação e Cultura do Senado, nesta quinta-feira (31), não comparecerá diante dos parlamentares. Na noite quarta (30) a assessoria parlamentar do Ministério da Educação (MEC) enviou um ofício comunicando da decisão ao ao presidente do colegiado, Marcelo Castro (MDB-PI). O senador no entanto, respondeu considerando o ofício “sem efeito” sob justificativa de que a convocação estava dirigida a Milton Ribeiro e não ao MEC, portanto, a ausência de Ribeiro poderá provocar a criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do MEC.
O requerimento de convite foi apresentado pelos senadores Jean Paul Prates (PT-RN) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP) para que o ex-ministro preste esclarecimento sobre o suposto beneficiamento de verbas públicas do MEC.
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Castro afirma que a CPI seria para investigar as suspeitas sobre a atuação de pastores no ministério e de cobrança de propina para liberação de verbas da pasta.
Além da presença do ex-ministro, estão previstas na comissão as votações de requerimentos para que sejam convocados o atual ministro, Victor Godoy Veiga, bem como oito prefeitos que afirmam ter sido vítimas do suposto esquema. As suspeitas são de que o MEC estaria direcionando recursos somente para as prefeituras que pagassem propina em ouro aos pastores do gabinete paralelo.
Apesar de Ribeiro ter pedido demissão na última segunda-feira (28), o Senado Federal optou por manter a convocação para que ele preste explicações. Por se tratar de um convite, a presença do ex-ministro não é obrigatória.
Ainda tramita na Câmara dos Deputados um requerimento de formação de uma CPMI para investigar o caso envolvendo Milton Ribeiro. Segundo seu autor, deputado Israel Batista (PV-DF), ao menos 60 deputados já assinaram o requerimento, mas a expectativa é que o apoio só cresça a partir da sexta (1º), quando se encerra a janela partidária.
PublicidadeInvestigação de favorecimento no MEC
O agora ex-ministro da Educação é investigado pela Polícia Federal em decorrência de uma série de reportagens dos jornais O Estado de S. Paulo, Folha de S. Paulo e O Globo que denunciaram a existência de um “gabinete paralelo” formado por pastores, que controlariam a liberação de verbas e a agenda do Ministério da Educação (MEC). Ele foi quarto ministro na gestão do presidente Bolsonaro. A pasta é vista como um ponto importante da chamada “guerra ideológica” contra a esquerda travada pelo atual governo.
Em áudio divulgado pela Folha, Milton Ribeiro disse, em encontro com prefeitos, que o governo prioriza amigos de pastores a pedido do presidente Jair Bolsonaro (PL). Os religiosos citados pelo ministro são Gilmar Santos e Arilton Moura, que, apesar de não ocuparem qualquer cargo no governo, estiveram presentes em várias reuniões com autoridades nos últimos anos.
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