Durante sua prestação de depoimento ao Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, o deputado Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), acusado de ser mandante do assassinato da vereadora Marielle Franco, confessou já ter recebido apoio em uma campanha eleitoral por parte do ex-policial militar Edmilson Oliveira da Silva, conhecido como Macalé, assassinado em 2021. Macalé é suspeito de ter sido o intermediário no contato entre Brazão e os autores do crime.
Brazão negou ter tido contato com Macalé em 2018, ano da morte de Marielle. Por outro lado, admitiu ter sido vizinho do ex-policial na década de 1990, e ter sido procurado por ele em sua campanha eleitoral para vereador em 2008.
“O Macalé me procurou na minha campanha pela reeleição de 2008. Estava já no meio da eleição, mais ou menos, dizendo que a família dele [inaudível] moravam em Oswaldo Cruz, que não estava mais trabalhando para político nenhum, que gostaria de fazer a campanha ali, arranjar alguns votos. Eu permiti que ele fizesse”, relatou o deputado. Desde então, “nunca mais” tiveram contato, afirmou.
Macalé foi citado no depoimento, tendo sido citado no relatório da CPI das Milícias em 2008, ano referido por Chiquinho Brazão, como um dos chefes da milícia do bairro de Oswaldo Cruz. Em julho, foi descrito na delação premoada de Élcio de Queiroz, co-autor do assassinato da vereadora, como mensageiro dos irmãos Brazão no planejamento do crime. O mesmo foi dito por Ronnie Lessa. O parlamentar negou ter conhecimento do envolvimento entre Macalé e o crime organizado.
O deputado também afirmou não acreditar nas apurações no relatório da Polícia Federal, que chama atenção para a proximidade entre a casa de Domingos Brazão, irmão do deputado, e o ponto de encontro de Macalé com Lessa e Queiroz.
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