O deputado Luís Miranda (DEM-DF) pediu que a CPI da Covid ordene a prisão do ministro Onyx Lorenzoni, da Secretaria-Geral da Presidência, e do ex-secretário executivo do Ministério da Saúde, Élcio Franco, por ameaçar testemunhas da comissão. O parlamentar brasiliense alega que os dois estariam buscando coagi-lo antes do seu depoimento, marcado para esta sexta-feira (25) no Senado.
Veja a íntegra do pedido:
No ofício encaminhado ao presidente da comissão, o senador Omar Aziz (PSD-AM), Luís Miranda alega que ele e seu irmão, o servidor da saúde Luis Ricardo Miranda, sofreram “ameaças proferidas por ministro de Estado”. O parlamentar apela ao senador amazonense: “Há ameaças claras desprendidas contra mim e meu irmão em público, ou melhor, com repercussão nacional e internacional, proferidas por um ministro ladeado por um investigado desta CPI.”
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“Certamente que o momento escolhido para que o sr. Onyx viesse a público tem a ver, diretamente, com o intuito de coagir e reprimir as atividades desta CPI, com a perversão do devido processo legal, isto é, de prejudicar a espontaneidade de nossos depoimentos”, dispara Luis Miranda, que conclui pelo pedido de prisão de Onyx e Elcio Franco pelo crime de obstrução de Justiça (artigo 344 do Código Penal).
O deputado, antes um defensor e integrante da base governista, está na mira de bolsonaristas após revelar que buscou avisar ao presidente da República que havia problemas no contrato da Covaxin, firmado pelo governo brasileiro com a farmacêutica indiana Bharat Biotech. A suspeita é de que os valores foram superfaturados em até 1.000% e houve pressão dentro do Ministério da Saúde para que o contrato fosse efetivado com rapidez incomum. Luís Ricardo Miranda, irmão do deputado, também disse ter avisado ao presidente sobre a questão, já que o contrato passou por suas mãos na pasta.
Nesta quarta-feira (24), Onyx e Elcio buscaram desmentir, durante uma coletiva, que o contrato tivesse irregularidades. Onyx separou as palavras mais fortes para o deputado: Deputado Luís Miranda, Deus tá vendo. Mas o senhor não vai se entender só com Deus não, vai se entender com a gente também. E vem mais: o senhor vai explicar e o senhor vai pagar pela sua irresponsabilidade, pelo mau-caratismo, pela má-fé, pela denunciação caluniosa e pela produção de provas falsas.”
A fala intimidatória continuou: “No momento que o senhor trai o presidente Bolsonaro, no momento que o senhor trai o Brasil, no momento que o senhor mente deslavadamente, o senhor se junta a todo mal que existe na política brasileira. Que deus tenha pena do senhor – é o único sentimento que eu tenho, mas o senhor vai pagar na Justiça tudo o que o senhor fez hoje de manhã.”
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