O líder do PT no Senado, Fabiano Contarato (ES), anunciou em suas redes sociais que planeja representar criminalmente contra o pastor André Valadão por conta de um discurso em que defendeu a morte de pessoas da comunidade Lgbt+. A fala se deu em um culto transmitido pelo líder religioso em suas redes sociais no último domingo (2), realizado nos Estados Unidos.
Valadão começou a transmissão atacando a legalização do casamento entre pessoas Lgbt+, afirmando que isso teria dado início a uma onda de “homens e mulheres nuas com seus órgãos genitais completamente expostos dançando na frente de crianças”, e defendendo que seria o momento de “tomar as cordas de volta” e “resetar” os direitos da comunidade.
Ele afirmou também que a vontade de Deus seria “matar tudo e começar tudo de novo”, mas que não faria mais algo do tipo. “Agora está com vocês”, completou olhando para os seguidores, que bateram palmas para o discurso. Diante da reação do público, o pastor reafirmou sua frase. “Vou falar de novo: tá com você”, disse apontando para um dos fiéis.
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Contarato é o único Lgbt+ assumido no Senado, casado com o fisioterapeuta Rodrigo Groberio, com quem tem um filho e uma filha. “Por tudo que sou, pelo que acredito, pela minha família e por tudo que espero para a sociedade, não posso me calar diante do crime praticado por André Valadão. Vamos representar criminalmente para que ele responda por manipular a fé e incitar a violência”, publicou em suas redes sociais.
O senador ampliou sua crítica à natureza dos cultos movidos por Valadão, que já apresentava um sério histórico de denúncias por crimes relacionados à homofobia. “Em um país onde tanto se mata LGBTQIA+, André Valadão não pode falar em nome de Deus. Deus é união, amor, respeito e tantos sentimentos bons, jamais um incentivador de discurso de ódio e de assassinatos em massa”, acrescentou Contarato.
A movimentação de Contarato se deu uma semana depois de o governo adiar os planos de votação do PL 2630/2020, que prevê a regulamentação das redes sociais. Apesar de prever a responsabilização de plataformas que impulsionarem conteúdo considerado homofóbico, o texto que tramita na Câmara abre uma exceção para discursos proferidos no exercício de ritual religioso.
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Esse valadao é um doidinho,como tantos lobos disfarçados de cordeiros que existem por aí. Uma hora ele acha.