Deputados de direita debateram durante a votação do PL 104/15 que proíbe o uso de celulares e aparelhos eletrônicos nas salas de aula. Na sessão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), desta quarta-feira (11), a deputada Julia Zanatta (PL-SC) criticou os colegas de direita que votaram a favor da proposta.
Citando um livro do advogado conservadorista Plinio Corrêa de Oliveira, a parlamentar chamou os colegas “de revolucionários de marcha lenta” por, segundo ela, cederem às pressões da esquerda. A deputada ainda os acusou de “frouxidão” e “bundamolismo”.
“Nós só vemos ceder para o outro lado. O diálogo é sempre para o outro lado. E não estou falando especificamente desse tema aqui, mas de vários temas que a gente vê aqui nesta Casa. Então está precisando de menos bundamolismo, de menos frouxidão para que a gente avance em pautas necessárias firmes e fortes em defesa das nossas liberdades”, declarou Julia Zanatta.
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Em resposta, o deputado amazonense Capitão Alberto Neto, também do PL, afirmou que o projeto foi aprovado com alterações para “reduzir os danos” que poderiam ser causados pela esquerda. Ele se mostrou ofendido com a acusação de Julia e rebateu a deputada.
“A única coisa que eu não fui por toda minha vida foi bunda mole. Minha história mostra isso. Muitas vezes o projeto que aprovamos aqui não está do jeito que nós sonhamos. E muitas vezes a gente precisa reduzir os danos porque se a gente não aprovar o projeto aperfeiçoado como foi, por vários deputados, com várias emendas, a esquerda vai aprovar um projeto muito pior”.
Já o deputado republicano Diego Garcia (PR) ironizou a fala de Julia Zanatta dizendo que ele e os demais colegas de direita precisarão pedir “licença para entrar no clubinho” dos conservadores a partir de agora.
“Eu e tantos outros parlamentares vamos ter que pedir autorização para entrar no clubinho, como foi dito. Porque senão nós não vamos poder se intitular ou dizer que somos conservadores ou de direita”.
Ele também ressaltou que é preciso ter cuidado para a bancada não personalizar o debate. Apesar das divergências, o projeto foi aprovado na CCJ por 45 votos a 14 e seguirá para análise do Senado.