A Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados convocou o novo ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Antonio Amaro, para responder a questionamentos sobre os atos antidemocráticos de 8 de janeiro. O ministro sucedeu Gonçalves Dias, que foi exonerado após o vazamento de gravações do Palácio do Planalto revelando sua interação com invasores.
O requerimento partiu do deputado Paulo Bilynskyj (PL-SP), que relembrou o histórico de ausência de Gonçalves Dias no colegiado. “O Gonçalves Dias fugiu da nossa convocação. Estávamos aqui nesta comissão quando ele apresentou aquele atestado furado, porque logo depois deu entrevista. (…) Vamos convocar então o novo ministro do GSI, o senhor Marcos Antonio Amaro dos Santos, para que preste os devidos esclarecimentos a esta comissão e ao povo brasileiro sobre o que significam as imagens do 8 de janeiro”, disse.
O líder do governo na comissão, Pastor Henrique Vieira (Psol-RJ), afirmou que o governo está de acordo com a convocação de Amaro, mas chamou atenção para o fato das gravações não incriminarem o ex-ministro do GSI na forma como a oposição costuma argumentar.
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“Há tranquilidade e acordo em relação a isso. Apenas algumas observações rápidas (…) com relação a Gonçalves Dias: ele não facilitou a entrada dos manifestantes bolsonaristas de extrema-direita. Inclusive, de acordo com o próprio vídeo, quando ele chega, a ocupação e a depredação do prédio público em uma tentativa de golpe já estava iniciada”, afirmou o governista.
Na sequencia, foi convocado o ministro da Justiça, Flávio Dino. Nesse caso, Henrique Vieira já defendeu a conversão da convocação em convite, e criticou a bancada de oposição pela frequência com que chamam o ministro. Bilynskyj recusou o acordo pelo convite, e reafirmou seu desejo pela convocação. O parlamentar quer cobrar do ministro que esclareça declarações em que associa o tráfico de armas à atividade de portadores do registro de Caçador, Atirador e Colecionador (CAC).
Lídice da Mata (PSB-BA), autora de um requerimento de retirada de pauta da convocação, reafirmou a crítica às convocações constantes, bem como ao motivo do pedido. “Se for somar as semanas, vai acabar o ano e ele não deixa de estar nesta Casa. Ele está nesta Casa ao menos uma vez por semana. Não há justificativa para que a cada vez que o ministro faça um pronunciamento que um deputado aqui discorde, seja obrigada a sua convocação em uma comissão desta Casa prestar contas. Nós somos um parlamento sério, nós temos assuntos a tratar nesta comissão e a votar”, desabafou.
PublicidadeA deputada também chamou atenção para a possibilidade do interesse por parte dos deputados envolvidos na convocação não estar atrelado à atividade parlamentar, mas sim às suas próximas campanhas eleitorais. “O interesse dos deputados pode não ser real. Pode ser apenas o interesse de fazer uma fala, aparecer na rede social, fazer um certo proselitismo para o eleitorado”.
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