O Senado se prepara para eleger o novo presidente da Casa e nova Mesa Diretora no sábado (1º). A sucessão de Rodrigo Pacheco (PSD-MG) já está encaminhada com base no número de partidos que apoiam a candidatura de Davi Alcolumbre (União Brasil-AP). O senador, que foi presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) no biênio 2023-2024, é avalizado por sete partidos, que somam 70 senadores. Para ser eleito, são necessários 41 votos.
Colocam-se como adversários de Alcolumbre no pleito o ex-ministro da Ciência e Tecnologia e senador Astronauta Marcos Pontes (PL-SP) e o senador Eduardo Girão (Novo-CE). Além desses dois nomes, dois senadores do Podemos concorrem à presidência do Senado: Soraya Thronicke (MS) e Marcos do Val (ES). Em março de 2024, o Podemos Mulher anunciou a candidatura de Soraya, ao passo que em agosto Do Val lançou seu nome para concorrer na eleição.
Veja o perfil dos candidatos:
Davi Alcolumbre
O senador é apoiado pelo PDT, PSB, PP, PL, PT e o PSD, que possui a maior bancada do Senado, com 15 parlamentares, e é a sigla do atual presidente. Favorito ao cargo, Davi Alcolumbre é o único dos candidatos que já exerceu anteriormente a função de presidente da Casa. Ainda pelo Democratas, recebeu, em 2019, 42 votos, um a mais que o mínimo para ser eleito. O parlamentar foi presidente até 2021, quando foi substituído por Rodrigo Pacheco.
Entre os candidatos, o senador é aquele que tem a maior taxa de governismo, conforme a plataforma Radar do Congresso. Ou seja, ele é o candidato que mais votou de acordo com a orientação do governo nas pautas no plenário. Em 84% das votações, Davi Alcolumbre seguiu o governo na votação de proposições.
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Marcos Pontes
Com um dos cenários mais conflitantes na eleição, Marcos Pontes lançou candidatura a despeito do apoio formal de sua sigla, o PL, para Alcolumbre. O ex-presidente Bolsonaro, inclusive, criticou na última semana a candidatura de seu ex-ministro de Ciência e Tecnologia. O ex-mandatário afirmou que Marcos Pontes “não tem como ganhar” e que a candidatura atrapalha o partido na negociação por presidências de comissões.
Em live, o astronauta rebateu e disse que a candidatura “ajuda” o partido. Ele reafirmou o compromisso com a anistia para os participantes de 8 de janeiro, pedidos de impeachment, e se colocou contra o aborto. A defesa dessas pautas evidenciam também o governismo de Marcos Pontes no Senado, que é de 57% nos dois primeiros anos da legislatura.
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Eduardo Girão
Único representante do Novo no Senado, Eduardo Girão é outro “azarão” na eleição da presidência da Casa. Com um discurso anti-STF, o senador afirma em suas redes sociais: “Como Presidente da Casa irei aproximar os brasileiros desta bicentenária instituição do País”. Ele ainda diz que o atual Senado “se acovarda diante de abusos de alguns ministros e colabora com o caos institucional que vivemos”.
Além de se opor ao STF, Eduardo Girão também é conhecido pela defesa de pautas contra o aborto e “pró-vida”, ele se opõe também à legalização das drogas e regulamentação de jogos de azar. No Radar do Congresso, o governismo do parlamentar é de apenas 48%.
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Marcos do Val
O senador confirmou à reportagem do Congresso em Foco que segue “como candidato, mesmo censurado”. Marcos do Val também tem como principal bandeira uma cruzada contra o STF. “Como candidato à presidência desta Casa, minha promessa é clara: combater os abusos do Supremo Tribunal Federal (STF) e assegurar que ele volte a cumprir o que está previsto na Constituição, sem ultrapassar os limites que lhe foram designados”, escreve em ofício que formaliza a candidatura.
Ele ainda assegura que não vai arquivar pedidos de impeachment, caso se torne presidente da Casa. Entre os candidatos, Marcos do Val possui a menor taxa de governismo. De 2023 a 2024, o parlamentar votou apenas 46% das vezes junto da orientação do líder do governo.
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Soraya Thronicke
A outra candidata do Podemos para a presidência do Senado, Soraya Thronicke, preside na Casa a Comissão de Ciência, Tecnologia e Inovação. A candidatura está oficializada desde março de 2024 e é a única mulher na disputa. A senadora Eliziane Gama (PSD-MA) tinha se colocado como potencial candidata, seu partido, porém, decidiu apoiar Alcolumbre no pleito.
Conforme dados do Radar do Congresso, a senadora possui 68% de taxa de governismo nas votações. No último ano, Soraya Thronicke esteve envolvida com o projeto de lei que regulamenta a produção e venda de cigarros eletrônicos no país. Atualmente, esses produtos não são regulamentados. A matéria já pode ser votada na Comissão de Assuntos Econômicos.
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