Em seu segundo mandato na Câmara, o deputado Jorge Goetten (Republicanos-SC) conhecia há mais de 30 anos o chaveiro Francisco Wanderley Luiz, que morreu ao detonar uma bomba na noite dessa quarta-feira (13) planejado por ele mesmo, em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF). Ele também era dono do veículo que explodiu em estacionamento de um anexo da Câmara. O veículo estava carregado de artefatos.
Em entrevista ao Congresso em Foco, Goetten contou que o amigo, de 59 anos, era divorciado e tinha dois filhos. “A família está destruída. Era de família boa, querida. Ele era um homem pacífico, um queridão. Nunca teve nada que o desabonasse”, lamentou o catarinense. Os dois são da mesma cidade, Rio do Sul (SC), município de 72 mil habitantes localizado na região do Alto Vale do Itajaí, a 200 km de Florianópolis. O deputado, que está em Brasília, irá até a cidade natal neste sábado (15) para consolar a família. “Estive com ele ano passado, e o achei muito estranho”, explicou. “A cidade é pequena, todo mundo se conhece, e todos estão muito abalados sem entender como ele fez isso”, emendou.
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Francisco circulou pela Câmara ontem. Na portaria, informou que visitaria o gabinete do deputado, mas não se dirigiu até lá. “Em agosto ele esteve no meu gabinete, mas eu não estava. Nosso último contato foi no ano passado”, lembrou Goetten.
O deputado era do PL em 2020, ano que Francisco se lançou sem sucesso ao cargo de vereador. Goetten migrou para o Republicanos este ano e é aliado do governador Jorginho Melo (PL-SC). “Sempre fui um homem de diálogo. Não quero fazer comentários neste momento, em que precisamos acolher a família do Francisco, como acolheríamos se houvesse outras vítimas. Felizmente ninguém mais foi atingido”, ressaltou.
Antes de virar chaveiro, Francisco foi proprietário de boate e restaurante em Rio do Sul. “Também sou do ramo de alimentação. Ainda tenho lanchonete lá. Então tivemos muitos contatos. Estou muito, muito chocado. Lamento tudo isso, que as investigações esclareçam o que ocorreu”, afirmou Goetten.
O caso foi assumido pelo ministro Alexandre de Moraes, no Supremo Tribunal Federal, que vai apurar se há conexão entre o episódio dessa quarta com os atos de 8 de janeiro, que estão sob relatoria. A Polícia Federal investiga o caso. O trânsito da Esplanada dos Ministérios está restrito até a Alameda das Bandeiras. A circulação de pedestres está autorizada somente pelo lado oposto ao do Supremo Tribunal Federal. A PF faz varreduras na Praça dos Três Poderes.
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