O presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), evitou pautar a votação de dois requerimentos de colegas, nesta quarta-feira (8), para chamar Letícia Catelani, ex-diretora de Negócios da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), a prestar esclarecimentos no colegiado. Pressionado pelos parlamentares, Eduardo apenas aceitou “conversar” sobre o assunto na semana que vem, mas sem se comprometer em colocar os pedidos em apreciação.
Os parlamentares querem que Letícia fale sobre suspeitas que ela própria levantou, por meio do Twitter, ao ser exonerada do cargo. “Sofri pressão de dentro do governo pela manutenção de contratos espúrios, além de ameaças e difamações”, publicou a ex-diretora na rede social na última terça-feira (7). Nesta quarta, Catelani reafirmou apoio ao presidente Jair Bolsonaro e afirmou que os contratos aos quais ela se referiu “foram assinados em gestões passadas”.
Três deputados – Aécio Neves (PSDB-MG), Arlindo Chinaglia (PT-SP), Rubens Bueno (Cidadania-PR) – assinaram um pedido de convite a Letícia, o que não implica em obrigação de comparecer. Já o deputado Zeca Dirceu (PT-PR) pediu a convocação da ex-diretora, o que implica em obrigatoriedade. Os três primeiros, além do deputado Glauber Braga (Psol-RJ), pediram que os requerimentos fossem discutidos, já que apenas dois outros estavam em pauta.
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“Eu achei muito fraco, apenas com base em um tuíte, achei que a vinda dela aqui no calor dos acontecimentos poderia não ser saudável”, disse Eduardo na comissão. Ele negou estar protegendo o governo. “Não me furto de de repente, na semana que vem, trazê-la aqui. Não estou fazendo um compromisso, estou falando que a gente pode conversar”, completou. O Congresso em Foco procurou Eduardo Bolsonaro e aguarda posicionamento.
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