Nesta segunda-feira (5), o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), proferiu um discurso duro voltado ao governo em sua fala de abertura das atividades do Congresso Nacional. Cobrando o cumprimento de acordos na agenda econômica, Lira defendeu a manutenção da política de desoneração da folha de pagamento e as emendas de comissão no Orçamento. Representantes do Executivo, porém, afirmam que seu pronunciamento não foi visto com preocupação.
O líder do governo no Congresso Nacional, senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), afirmou que o discurso de Arthur Lira não preocupa a cúpula do governo no Legislativo. “O governo não se sentiu atingido em nada”, disse a jornalistas após a cerimônia.
O ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, foi além, alegando que as expectativas da Câmara e do Executivo para 2024 são as mesmas. “Ele fala em nome do parlamento, e é importante que o parlamento se manifeste. (…) Há uma concordância entre a fala dele e nosso entendimento quando ele diz que ‘errará aquele que apostar no confronto entre o Executivo e o Legislativo’”, apontou.
Rui Costa acrescenta que o governo também concorda “com o discurso, tanto de Rodrigo Pacheco (PSD-MG), quanto do presidente Lira, principalmente nos pontos em que eles afirmam a necessidade de aprimorar o diálogo, e que as duas Casas querem o entendimento com o Executivo”. Ao seu ver, tanto a Câmara quanto o Senado buscam “diálogo e entendimento”.
Sobre os pontos de atrito na pauta econômica, em especial o desentendimento entre Governo e Congresso sobre a manutenção ou não da desoneração da folha de pagamento, Rui Costa acenou para que Fernando Haddad [Fazenda] assuma a responsabilidade na articulação. “Nós encontraremos uma forma de manter o entendimento e encontrar uma solução mediadora”, declarou.
O representante do Planalto considera que o atrito recente entre os presidentes das duas Casas legislativas e o secretário de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, tende a se resolver na medida em que todos os envolvidos retomam as atividades presenciais.
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