Em parecer apresentado nesta quinta-feira (1º), o Corregedor Parlamentar da Câmara dos Deputados, Paulo Bengtson (PTB-PA) anunciou a formalização de processo de representação contra a deputada Flordelis (PSD-RJ) acusada de ser a mandante do assassinato do marido, o pastor evangélico Anderson do Carmo, ocorrido em junho do ano passado. Com isso, o caso vai ao Conselho de Ética da Câmara.
Leia a íntegra do parecer da Corregedoria:
Segundo o parecer apresentado por Bengtson, a deputada jamais apresentou provas que rebatessem o inquérito policial que a acusa de ter ordenado o assassinato de Anderson, em parceria com parte dos seus 55 filhos biológicos e adotivos.
A Corregedoria informa que analisou os diálogos obtidos a partir da quebra dos sigilos telefônico e bancário, além de depoimentos dos envolvidos e de testemunhas e relatórios policiais, mas que tais fatos jamais foram contraditos pela defesa de Flordelis.
A parlamentar fluminense foi ouvida pelo corregedor no último dia 22 de setembro. Novamente, segundo o relatório, a parlamentar se esquivou das acusações.
“Em que pese a própria requerida ter afirmado […] que não escreveu tais mensagens, imputando a autoria destas às suas filhas, não apresentou provas de que tantas mensagens comprometedoras, todas elas, tenham sido emitidas por seus filhos e filhas utilizando o seu próprio aparelho celular sem que ela soubesse”, diz o corregedor.
Com isso, apontou o parlamentar paraense, os dados apresentados no inquérito policial constituem indícios suficientes de irregularidades ou de infrações às normas de decoro e ética parlamentar. Paulo Bengtson argumenta que a tomada de decisão é possível “até para os não acostumados à arte de julgar”. O processo, na esfera criminal, ainda encontra-se na fase de oferecimento de denúncia – o que não impede a Câmara dos Deputados de prosseguir com a análise de um possível afastamento.
Agora, com o encaminhamento ao Conselho de Ética, o destino de Flordelis será decidido pelos 21 membros da comissão. O Conselho, presidido por Juscelino Filho (DEM-MA), ainda não se reuniu em 2020, e segue parado por conta da pandemia.
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