Sob o comando do Centrão de Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara, e do espírito moderado de Rodrigo Pacheco (PSD-MG), o Congresso não tem gerado maiores problemas para o presidente Jair Bolsonaro, e garante maioria a ele nas votações. O que não significa, porém, que o Congresso avalie bem a gestão de Bolsonaro.
É o que mostra a última rodada do Painel do Poder, pesquisa trimestral que o Congresso em Foco Análise realiza com os principais líderes da Câmara e do Senado. Nesta rodada, foram ouvidos 64 deputados e senadores. E uma das questões foi a avaliação que eles fazem do atual governo. Em todos os quesitos, os parlamentares consideraram o governo Bolsonaro abaixo da média.
É possível obter o relatório completo da pesquisa. Veja aqui como fazer.
Os deputados e senadores avaliaram o governo dando notas de 1 a 5 sobre a gestão em diversos temas. A melhor avaliação do governo ficou no item Relacionamento com o Congresso, que mereceu uma média de 2,55. Combate à Corrupção ficou em segundo, 2,48. O Combate à Pandemia de covid-19 veio em seguida com 2,47. A Economia mereceu média 2,3. A Promoção da Democracia, 2,22. Melhora Geral do País, 2,2. Educação, 2,09. E Relacionamento com o Judiciário, 1,61.
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Provavelmente, não ajuda na avaliação do governo as denúncias recentes de corrupção no Ministério da Educação nem as ameaças do presidente ás instituições e ao processo eleitoral.
Comparando, porém, com rodadas anteriores, a avaliação feita pelos parlamentares do governo teve ligeira melhora. Especialmente a percepção da relação com o Congresso, que obteve a melhor média da série histórica e tornou-se o item mais bem avaliado.
Publicidade“A avaliação do desempenho do governo por áreas, na percepção dos parlamentares, segue seu padrão costumeiro. O Relacionamento com o Congresso alcançou sua maior média na série histórica, e pela primeira vez é a área melhor avaliada pelos congressistas. O combate à corrupção caiu para a segunda posição, seguido de perto pelo combate à pandemia”, observa o relatório da pesquisa.
Exorbitância de poderes
Diante do atual quadro de ameaça institucional a menos de três meses das eleições, os parlamentares também foram instados a avaliar os próprios desempenhos dos três poderes. Foram questionados sobre se há exorbitância de poderes no Legislativo, Executivo e Judiciário.
Os parlamentares foram generosos consigo mesmos e apontaram o dedo para os demais poderes. Especialmente para o Judiciário, fazendo aí coro com certo discurso do presidente Jair Bolsonaro. Mas também não o eximiram de críticas nesse sentido.
Na avaliação de 33 dos parlamentares ouvidos (43,42%), o Judiciário exorbita de seus poderes. E o Executivo da mesma forma excede suas atribuições na visão de 29 dos entrevistados (38,16%). Já o próprio Congresso não é visto assim pelos parlamentares. Somente cinco dos entrevistados (6,58%) disseram achar que o Legislativo exorbita de seus poderes. Para nove parlamentares (11,89%), nenhum dos poderes exorbita.
A rodada do Painel do Poder ouviu 64 deputados e senadores entre os líderes mais expressivos do Congresso entre os dias 18 de maio e 15 de junho.
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